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Saúde EDIÇÃO 45 - MARÇO 2011

Fofurinha do mal


Obesidade infantil é cada vez mais preocupante e já é considerada uma epidemia global

Quando se fala em obesidade infantil não é só o ponteiro da balança que sobe em grande velocidade, o número de crianças gordinhas também. Segundo a Organização Panamericana de Saúde, o número de pequenos obesos aumentou de 3% para 15% em duas décadas. A prova disso está cada vez mais presente no cotidiano, afinal, dificilmente alguém não tem na família, entre os amigos e vizinhos ou nos próprios colegas de colégio do filho uma criança obesa ou caminhando a passos largos para ela. 
De acordo com a endocrinologista Zilda Gomes, 33 anos de profissão, a obesidade infantil é considerada um problema de saúde pública e a Organização Mundial de Saúde já a trata como uma epidemia global. Não é para menos além das brincadeiras jocosas e apelidos que traumatizam as crianças obesas deixando sequelas psicológicas por toda a vida, a obesidade está associada a consequências severas, como o aparecimento precoce do diabetes melito tipo II na idade adulta, hipertensão arterial e aumento das taxas de colesterol e triglicerídeos que são fatores de risco cardiovascular. Também são causas de alterações osteomusculares, doença do fígado gorduroso e alterações menstruais.
CAUSAS – “As causas são fáceis de identificar - o aumento do consumo alimentar de alto teor calórico e a redução das atividades físicas, além da herança genética, afinal filho de pais obesos tem mais chance de ser obeso”, explica. E uma coisa é fato, dar bom exemplo é fundamental para afastar as crianças dos riscos da obesidade. A incidência desse problema é menor nos lares que cultivam boa alimentação, praticam exercícios físicos e valorizam atividades de lazer em contato com a natureza. Para saber se a criança está obesa é preciso fazer o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) por intermédio das medidas de peso e altura. Uma forma de fazer esse cálculo é através do site http://www.drauziovarella.com.br/IMC do médico Drauzio Varela. “O pediatra deve ser consultado ao menor indício de aumento de peso, pois a identificação e tratamento precoces são fundamentais para a luta contra a obesidade”, observa.


Índice de pequenos obesos aumentou de 3% para 15% em apenas duas décadas



Cuidado com a televisão

Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, verificou que para cada hora adicional de TV as crianças consumiam 167 calorias extras, influenciadas pelos produtos anunciados durante a programação. Pesquisa do Ministério da Saúde constatou que 72% dos anúncios de alimentos veiculados na TV brasileira são de guloseimas de baixo valor nutricional.



Os erros mais comuns das famílias e que acabam criando um clima favorável ao ganho de peso

. Privilegiar cardápios ricos em gorduras, carboidratos refinados, doces e sal.

. Comer vendo TV. Nesse caso, a pessoa não mastiga bem, não presta atenção nos sabores e nas texturas do alimento e tende a comer além da conta.

. Estragar o mecanismo de regulagem do apetite. Criança pequena come quando tem fome. Se ela deixa alimento no prato, os pais fazem de tudo para que coma o resto e ainda prometem um chocolate de sobremesa. Aos poucos, ela perde a capacidade de controlar a quantidade necessária para saciar a fome.

. Introduzir precocemente produtos não saudáveis. Um estudo do Ministério da Saúde com 34 mil crianças revelou que, antes de completar 1 ano, 71% já consumiam bolachas e salgadinhos; e 11%, refrigerantes.

. Menosprezar a obesidade e protelar a busca de tratamento na esperança de que ao crescer o problema se resolva.



A luta contra a obesidade começa na barriga da mãe

. Faça um bom pré-natal. Manter um peso saudável é o princípio de tudo. Um retardo no crescimento dentro do útero ou o extremo oposto, um ganho acentuado de peso na gestação, podem afetar o metabolismo e predispor à obesidade.

. Respeite o aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida. Crianças amamentadas ao peito são mais protegidas da obesidade na infância e na vida adulta.

. Apresente frituras, alimentos gordurosos, doces e refrigerantes após os dois anos e só libere nos fins de semana e dias de festa.

. Estabeleça horários regulares para as refeições. Isso ajuda a criar o hábito e a distribuir bem as calorias, evitando picos e quedas nas taxas de açúcar no sangue.

. Valorize as refeições à mesa. É uma maneira de ensinar a criança a comer bem.



O que é necessário na hora de fazer a criança perder peso?

. A participação de toda a família. Afinal, é ela quem determina a compra e o preparo dos alimentos. É ilusão achar que uma criança terá maturidade de se contentar com uma saladinha enquanto a família se delicia com uma pizza.

. Buscar informações. Quanto mais esclarecidos forem pai e mãe, mais fácil será mudar o cenário. Algumas crianças talvez necessitem de suporte psicológico.

. Evitar dietas rígidas. O objetivo é a reeducação alimentar.

. Incentivar programas de atividade física.







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