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Saúde EDIÇÃO 07 - NOVEMBRO 2007

Auto-estima de volta


Cirurgia para redução de estômago é cada vez mais procurada por pacientes que não conseguem se livrar da obesidade mórbida

 

Desde os nove anos a editora de fotos Rogéria Pasqualin Guidotti, 29, viveu as voltas com a balança na tentativa de perder peso. Depois de muitas dietas remédios e tratamentos para emagrecer e já com 121 quilos, ela decidiu mudar de vida e fazer a cirurgia para redução de estômago. Foram nove meses de acompanhamento psicológico até que ela enfrentou a operação, que completa um ano no dia 25 de novembro.

Hoje, Rogéria comemora seus 74 quilos, 47 a menos do que pesava antes de passar pelo procedimento. Feliz e de bem com a vida ela afirma que é uma nova mulher. “Recuperei minha auto-estima, tenho mais ânimo para trabalhar e passear, agora estou sempre maquiada e bem vestida, enfim, tudo mudou”, conta. Além dos quilos a mais, Rogéria deu adeus as doenças que acompanhavam sua obesidade, como hipertensão, diabetes, colesterol e triglicerídeo altos.
“Não vou mentir dizendo que a recuperação é fácil, pois não é. É necessário muita força de vontade. Para quem já chegou à obesidade mórbida e quer mudar de vida, eu sempre digo: faz a cirurgia que o resultado vale a pena”, incentiva.

 

ANTES

121 quilos

 

DEPOIS

74 quilos

 

 



Com a palavra, Álvaro Noronha


Cirurgião responsável pelo Centro Integrado de Tratamento da Obesidade Mórbida (Citrom), 51 anos de idade e 27 de profissão
 

. O primeiro procedimento para qualquer cirurgia de redução de estômago é passar pelos exames laboratoriais indicados pelo médico e pela avaliação de uma equipe multidisciplinar de cirurgião, endocrinologista, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta.

 

. Existem muitos procedimentos para a redução de estômago. Hoje, a mais utilizada, cerca de 70% dos casos, é a Fobi-Capella. Nesta cirurgia, o estômago é dividido em sua porção alta, restando um volume de 50 mililitros. A partir disso, os alimentos são desviados para porções mais distantes do intestino delgado, diminuindo a absorção dos alimentos.

 

. Entre os benefícios da cirurgia está a redução de doenças. É muito comum, por exemplo, os pacientes com diabetes tipo II (do adulto) não precisarem mais depender da medicação após o procedimento. Muitos também têm a hipertensão curada ou atenuada.

 

. O pós-operatório tende a ser tranqüilo se o paciente seguir as recomendações médicas. A mortalidade da obesidade mórbida é de 4%, enquanto esse índice na cirurgia é de menos de 1%.

 

. A preparação para a cirurgia costuma demorar de dois a três meses, tempo necessário para permitir uma avaliação completa e para o paciente conhecer bem o tratamento escolhido. A recuperação até o paciente estar apto a voltar ao trabalho leva em média 30 dias.

 

  

Eu emagreci

 

“Resolvi fazer a cirurgia quando o excesso de peso começou a dificultar o meu desempenho em atividades simples, como caminhar. Hoje, 76 quilos mais leve, minha vida se transformou. Sou outra pessoa, estou saudável e tenho disposição para tudo”

Lucas Baumhardt, 22, acadêmico do sexto semestre do curso de Jornalismo


 

ANTES

208 quilos

 


DEPOIS

132 quilos

 

 

“Sempre fui magra, mas comecei a engordar depois que ganhei meu segundo filho. Como sou baixa (1,46 metro), quando cheguei a 100 quilos minhas articulações e joelhos começaram a enfraquecer. Se não emagrecesse não ia
conseguir mais caminhar. Hoje, 50,5 quilos mais magra, me sinto como se tivesse 15 anos novamente”

Rosana Bittencourt da Silva, 43, professora

 

ANTES
100,5 quilos

 


DEPOIS
50 quilos



 

 

“Fiz a cirurgia há sete meses, já emagreci 37 quilos e ainda tenho que perder 11, mas já me sinto outra pessoa. Minha vida mudou completamente. Me sinto disposta para fazer tudo e especialmente brincar com meus filhos de quatro e sete anos. Até meu relacionamento com meu marido e amigos melhorou, pois me sinto mais confiante e segura”

Luciane Maria Santos da Silva, 36, professora

 

ANTES

113 quilos

 

 

DEPOIS

76 quilos

 

 

 

Desde 2002, com a criação do Citron, as cirurgias para redução de estômago podem ser realizadas em Cachoeira do Sul. Todos os procedimentos são feitos em parceria com o Centro de Obesidade Mórbida do Hospital São Lucas, da PUC, em Porto Alegre. O custo das despesas médico-hospitalares, nas cirurgias
particulares, giram em torno de R$ 15 mil. No registro de operados através do Citron existem 11 mulheres e três homens.

 

Quando a redução de estômago é indicada?

As indicações podem variar para cada caso, mas em geral o paciente deve apresentar Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 40. Esse índice é obtido através da divisão do peso pela altura ao quadrado.

 

“O acompanhamento psicológico é uma das etapas mais importantes no preparo para a cirurgia. Esse procedimento, como sempre coloco aos pacientes, vira a página de suas vidas. É um recomeço, uma busca e muitas mudanças, onde eles também são os responsáveis pelo sucesso, precisando ter consciência dessa
responsabilidade. É operada uma parte do corpo, mas a cabeça precisa estar preparada para acompanhar as mudanças”

Joseane Arena de Noronha, 32 anos de idade e quatro de profissão - psicóloga do Citron

 






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