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Enquete Edição 135 - maio de 2019

ENQUETE


Um dos temas mais discutidos da atualidade é o decreto que regulamenta a posse de armas de fogo no Brasil, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. O texto estabelece situações em que está presente a “efetiva necessidade” de possuir arma em casa ou no local de trabalho, em área urbana ou rural. Abaixo, prós e contras diante das novas regras.

 

 

A FAVOR
 
"Nada mudou as exigências com relação à posse da arma, o que mudou foi o tempo de validade do certificado de registro de arma de fogo (Craf), agora são dez anos para renovar, e a quantidade de armas, que passou para quatro. O cidadão que assim desejar, terá o direito de sua defesa, da sua família e de seu patrimônio. Quando falamos em armas, não estamos falando em confronto armado, estamos falando em prevenção. O policial (segurança pública) porta sua arma de forma ostensiva, para provocar a sensação de segurança naquele local, a mesma situação com relação aos vigilantes (segurança privada), e também deve ser assim com o cidadão comum. A polícia não tem como dar conta de toda a violência de criminosos, o cidadão tem o direito de também fazer parte dessa proteção e prevenção. Arma na mão do cidadão não gera crime, muito pelo contrário, arma gera crime na mão do criminoso”.

Nelson Adriano Leal Rosa, 44, instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal e pelo Exército, gestor do Centro de Treinamento para Vigilantes Snipper, especialista em segurança privada
 
 
"No meu caso, pelo trabalho que exerço, sempre pude ter porte de arma. Sou a favor, porém acho que as regras e avaliações individuais devem ser mais rígidas. E existe uma diferença entre posse e porte de arma. Posse de arma, tu podes, após rígidas avaliações, ter permissão para possuir dentro da propriedade, não pode usar fora dessa fronteira. Já porte de arma, o cidadão pode andar armado fora de sua propriedade. O porte de arma, na minha opinião, deve ser dado por um motivo específico, comprovadamente importante e relevante para a defesa do cidadão, como no caso dos agropecuaristas, sendo muito bem avaliados antes. Em suma, não sou a favor de todo mundo andar armado pelas ruas, exceto casos inevitáveis, mas dentro de suas propriedades, sou totalmente a favor”.
 
Janaína Bernardes, 45, agropecuarista e publicitária de formação
 
 
 
"Não à extinção de posse ou porte de arma para os cidadãos no Brasil. Brasil para todos e país de poucos. Não são as armas que matam!”.
 
Leandro Bernardes Lores, 44, psicólogo
 
 


"O porte de arma não será para qualquer um, terá suas regras, e dentro delas as pessoas de bem e preparadas, que terão o direito de se defender”.
 
Rodrigo Leite, 42, gerente comercial
 
 
 
"Acredito que todo cidadão de bem deve possuir o direito de optar por possuir ou não arma de fogo em sua residência para sua defesa e da família. Claro que sempre atentando para algumas regras que serão legalmente impostas e um treinamento desenvolvido pelos órgãos competentes”.
 
Leandro Alves, 39, empresário do ramo de segurança e monitoramento eletrônico
 
 
"Acredito e concordo que teremos requisitos duros para adquirir uma arma de fogo, mas tenho a plena certeza que, pelo nosso cenário vivido hoje, é o maior investimento para quem quer ter um mínimo de segurança no seu espaço”.
 
Dieique de Conto, 29, bombeiro militar e empresário, graduado em educação física
 
 
 
CONTRA
 
"O interesse maior do governo na flexibilização das regras da posse de arma de fogo é o econômico, para atender o lobby da indústria do armamento no país, a mais beneficiada com essa irresponsabilidade. Qualquer pessoa minimamente sensata compreende que o combate à violência não se dá por meio da ampliação do acesso a armas de fogo e sim por um controle rígido no combate ao tráfico de armas e de munições, bem como por investimentos nos serviços de inteligência e segurança pública. A responsabilidade da segurança da população é do Estado. O decreto flexibilizou a posse e aumentou a possibilidade de um indivíduo adquirir armas. Os pobres continuarão sendo vítimas dos criminosos e dos interesses econômicos”.
 
Michele dos Santos, 37, advogada
 
 
 
"Precisamos levar em consideração que estamos com a saúde mental comprometida. As armas dentro de casa aumentam a chance de ferir um familiar por conflito doméstico, acidente motivado por impulso, pela dor, efeito de álcool e drogas ou até mesmo vingança. Não podemos facilitar que mais casos de suicídio e violência aconteçam. Até mesmo porque hoje os bandidos com lápis também são perigosos. Precisamos sim é prender os marginais e estimular que nossos adolescentes escolham a escola e não o tráfico. Atualmente, em nosso município são 23 casos de tentativas de suicídio, três suicídios de janeiro a março deste ano, e 104 notificações de violência. Acredito que a venda de armas passará a ser um negócio com mais adversidade. Não podemos deixar, pois dar arma à população será um desastre”.

Paola Teixeira Brendler, 39, enfermeira, especializada na área de saúde mental, com nove anos de atuação no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD)
 
 
 
"Flexibilizar a posse será arriscar ter armas nas mãos de pessoas sem o menor equilíbrio emocional, já que a administração pública demonstra falta de capacidade de controle e fiscalização em diversas áreas, e nesta não será diferente. Ter uma arma em casa gera a falsa sensação de segurança, quando na verdade pode aumentar o risco de morte acidental ou passional”.
 
Deividi Garcia, 29, empresário


"A nossa essência humana é violenta, negligente, imprudente e imperita, que reflete nos acidentes de trânsito, feminicídios, generocídios, violência contra incapazes, crimes motivados por questões étnico-raciais ou questões banais”.

Sérgio Augusto Ramos dos Santos Junior, 47, servidor público municipal, graduado em administração, com especialização em gestão pública municipal e extensão universitária em gestão de políticas públicas de gênero e raça
 
 
 
"Entendo desnecessária a chamada flexibilização da posse de armas. A lei, da forma como está posta, me parece adequada, propiciando que aqueles que efetivamente precisem de uma arma a possuam. A liberação descontrolada pode acarretar um efeito rebote e gerar ainda mais mortes. Quanto mais armas tivermos em circulação, a tendência é que tenhamos um aumento de mortes, especialmente dentro de casa, seja por acidente ou por violência doméstica”.
 
Júlio César Mahfus, 50, advogado, filósofo e jornalista 
 
 
"Entendo que isso não trará melhorias para a segurança pública. Estudos apontam que a maioria das armas utilizadas por bandidos foram adquiridas de forma legal e após foram subtraídas e utilizadas em delitos e homicídios. A flexibilização trará, certamente, um significativo aumento de mortes e uma falsa sensação de segurança”.
 
Alexandra Lopes Penha, 38, bancária e bacharel em direito





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