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Do amor ao sexo Edição 129 - outubro de 2018

Sex machine

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Alguns homens podem acreditar que sejam como “máquinas de sexo”, que basta a mulher insinuar algum desejo, alguma provocação sexual, que eles precisam estar prontos para o ato sexual, que seus pênis devam estar prontamente eretos, como se fossem aparelhos que ligam e desligam. Só que isso não confere. Dependendo da resposta sexual masculina, alguns homens podem demorar mais do que outros para terem uma ereção completa, e dependendo da idade, isto pode ser mais demorado ainda.

A resposta sexual humana tem etapas, ocorre lentamente muitas vezes, aonde o corpo vai se preparando para o ato sexual, apresentando alterações, como, por exemplo, o sangue ir com mais intensidade para a região genital, a musculatura dos membros superiores e inferiores se enrijecerem um pouco mais, o batimento cardíaco aumentar, a respiração acelerar ou o enrijecimento dos mamilos, enfim, o corpo se prepara para uma penetração. E tudo isto é um processo que ocorre tanto no corpo do homem quanto no da mulher.

O que deflagra este processo é o desejo, e o desejo é mental. O gatilho de o corpo ir para o sexo é dado pelo pensamento, e é um pensamento diferente daquele do dia a dia, de preocupações ou de exigências. O pensamento do desejo tem que ser leve, erótico e sem ansiedade. E é aí que as diferenças se mostram. O desejo é algo muito pessoal, bem como o seu ritmo. Podemos fazer uma comparação com o desejo de alimentar-se, que às vezes é tão diferente entre as pessoas. Mesmo que na maioria das vezes a mulher se alimente menos que o homem, o inverso pode ocorrer e é totalmente natural.

A necessidade e a resposta para o apetite, tanto alimentar, como no exemplo, quanto sexual, são totalmente individuais, ou seja, cada um tem as suas. O que é importante é que a pessoa perceba como é o funcionamento do seu desejo e como seu corpo reage perante determinados estímulos e em que tempo.

Entender e respeitar este modo de funcionamento do corpo humano é fundamental na relação de um casal, pois as dificuldades geralmente costumam aparecer quando as comparações também aparecem, principalmente com filmes pornográficos, onde os desempenhos da resposta sexual são quase de “sex machine” (máquina do sexo), ou em conversas com amigos, que muitas vezes são mais uma reunião de histórias sexuais no superlativo (todo mundo faz tudo e muito e muito bem sempre). Dificilmente se ouve nessas rodas de amigos falar que não conseguiram ou fracassaram ou não sabiam como fazer determinada coisa...

Também algumas mulheres demonstram grande expectativa de desempenho por parte do homem, como se ele precisasse estar sempre pronto para ter uma ereção, demonstrando uma rápida resposta erótica, como se isto provasse o quanto é desejada. Mas sabemos que o desejo é mental: ele pode ter muito desejo, mas uma resposta física mais lenta.

Não fazer do pênis um “medidor” de desejo ajuda a baixar a expectativa no sexo e assim o resultado pode ser mais favorável. Sempre que existir pressão, cobrança ou alta ansiedade no sexo, a chance da resposta física sexual ser ruim é muito elevada. Então, o ideal é saber como a sua resposta sexual funciona, erotizar a mente e dar o tempo do desejo se manifestar no corpo.

Enfim, não existe manual ou regras de desempenho no sexo nem para o homem nem para a mulher. Passe para o parceiro como é seu ritmo, do que precisa, como, por exemplo, se de mais beijo, de mais estímulo em alguma parte do corpo, de mais preliminares e não ir tão direto para penetração ou vice-versa. Respeitar o funcionamento da sua resposta física e emocional para o sexo proporcionará um resultado certamente mais satisfatório para os dois.


Psicóloga e terapeuta sexual






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