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Do amor ao sexo Edição 67 - março de 2013

Amor de verão

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Quando os jovens experimentam a mistura da descontração, da descoberta, da independência dos pais, mais todos os hormônios em ebulição, tudo isso misturado no verão, se torna inesquecível! E quando a esta mistura adicionamos a descoberta do amor, uau, estamos marcados para toda a vida.

Amor de verão geralmente é aquele que nos faz soltar um gemidinho ao lembrar: ah, aquele verão... Amor de verão tem urgência, como tudo que ronda a estação: urgência de descanso, de bronzeado, de diversão e de sentir tudo que uma paixão é capaz de suscitar.

Nele se está mais solto, como se no verão pudéssemos nos livrar não só das formalidades,  mas também de tanto corpo coberto, de tanto cabelo escovado, de tanta roupa arrumada; tudo parece poder ser mais solto, mais descontraído, à vontade e divertido.  Os horários se descontrolam, as refeições são mais sem regras, (um milho passa a significar um almoço muitas vezes...), as cervejas se triplicam em número e sem culpa e os desejos também se manifestam de uma forma mais intensa. Parece haver uma necessidade de se ir a todas as festas que aconteçam, e incrível, elas existem quase todos os dias, se não em todos. E nestes momentos é que os encontros mais inesperados acontecem e se tornam paixões avassaladoras, os amores de verão!

As peles estão bronzeadas, os corpos à mostra e “sarados”, as roupas ficam soltas e diminutas, enfim, muita festa e descontração. Se com isso a autoestima se elevar, (e sabemos que quando o amor próprio está em alta, fica muito mais fácil a possibilidade do amor pelo outro aparecer) teremos tudo para que aquele verão seja  inesquecível.

A paixão é um momento delicioso, torna um verão muito mais divertido, com romance, desejo, beijos (ah, muito beijo na boca...), e para alguns sexo (as vezes a todo vapor...). Isso é delicioso se vivenciado com responsabilidade e respeito por si em primeiro lugar (aí falo principalmente de preservativos), e pelo outro.

Muitas “primeiras vezes” acontecem nestes verões, de beijos, de paixão, de sexo, de intimidades nunca antes experimentadas. Tudo isso é válido para que os jovens se conheçam, se experimentem.   Mas alguns jovens têm uma urgência de vida que não é real, como se não houvesse amanhã, (isso da até letra de música...). Mas tem o amanhã, o mês que vem e os próximos verões... E é maravilhoso que todas essas experiências formem um conjunto de vida agradável, que se olhe para trás e se divirta com o que se vê.  Se orgulhe e sinta saudades de ter vivido tudo isso, que tenha o desejo de,  se fosse possível, fazer tudo novamente.

Amor de verão tem paixão, tem sonho, desejo, e ilusão. Ilusão de que vai durar, de que saberão administrar a distância, de que se amarão para sempre, que “eles serão diferentes” daqueles que dizem que acaba.

Mas para um amor de verão não se acabar e ter muitas primaveras é preciso ter calma. Calma de se construir, calma de se alimentar o que foi revelado no verão, calma de saber administrar a distância e tudo que isso implica; e não é nada fácil... Não é por acaso que a maioria das pessoas não acreditam  que amores de verão durem, mas quem está nele  acreditará que o seu vai durar, que o seu é diferente,  até perceber que assim como o bronzeado que deixou de existir por não pegar mais sol todo o dia, também o “amor da sua vida” vai durar apenas aquele verão.

Que bom que tem verão todos os anos...





"Amor de verão geralmente é aquele que nos faz soltar um gemidinho ao lembrar: ah, aquele verão..."


 

* Izabel é psicóloga e terapeuta sexual

 

 






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