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Beleza EDIÇÃO 10 - FEVEREIRO 2008

Vaidade também é coisa de homem


Mais encorajados a lançar mão do arsenal estético, os homens começam a lotar os salões e centros de beleza

 

Há bem pouco tempo era difícil para o homem admitir sua vaidade. Vaidade era um traço quase que exclusivo da mulher que sempre pode demonstrar com naturalidade o desejo de se manter bonita. Delimitados por códigos sociais que colocavam em dúvida a masculinidade daqueles preocupados com a aparência, os homens que queriam se sentir bonitos restringiam seu desejo apenas a compra de uma boa gravata, um terno bem cortado ou um relógio vistoso. Hoje, estimulados pela cobrança que cada vez mais exige uma melhor apresentação, especialmente nos ambientes profissionais, a vaidade dos homens começa a ganhar espaço e já surge um novo mercado: o de produtos e tratamentos criados especialmente para eles.



Alessandro: limpeza de pele uma vez por mês




Para o militar Alessandro Pinto Nunes, 31, cuidar da aparência é fundamental. Mensalmente ele faz limpeza de pele e também alguns tratamentos quando recebe indicação, como por exemplo massagem redutora. “Cada vez mais a boa apresentação é cobrada. Acho que nós homens também precisamos nos cuidar. Se quero ver minha esposa bonita, também tenho que estar assim para ela”, observa. Além dos cuidados com a pele, Alessandro não sai de casa sem que a roupa esteja de acordo com a ocasião e de preferência combinando as peças. Ele também confessa adorar fazer compras, especialmente de sapatos.

Outro homem que se preocupa com a beleza é o acadêmico de Educação Física Maiquel Borth, 25 anos. Entre os cuidados que ele tem com a aparência estão fazer o contorno das sobrancelhas e depilar o peito e as axilas com cera quente. “Também gosto de cuidar do meu cabelo. No início meus amigos riam, mas depois também aderiram à idéia e muitos já são freqüentadores assíduos dos salões de beleza”, conta. “Muita gente ainda pensa que homem vaidoso é homossexual. Eu não me importo com isso, porque esses cuidados com a aparência fazem bem para a auto-estima de qualquer um”, conclui o acadêmico.
A depiladora Zezé Lacerda, 58 anos de idade e 26 de profissão, responsável pela depilação de Maiquel, conta que quando começou a trabalhar não tinha nenhum cliente homem. “Há cerca de quatro anos isso vem mudando. Hoje atendo em média 10 homens por semana. O que chama a atenção é que 95% são jovens com idades entre 18 e 30 anos. Os mais velhos ainda têm certo preconceito e são a minoria a procurar recursos de beleza, especialmente a depilação”, observa.
Zezé, que atua junto ao salão Perfil de Mulher, também revela que a maioria dos homens que se depilam começou por influência das esposas ou namoradas. “As mulheres, em geral, não gostam mais de homens peludos e acabam incentivando seus companheiros a retirarem os pêlos. Os que vêm por conta própria afirmam que fazem isso por vaidade e também por uma questão de higiene”, diz a depiladora. De olho nessa nova tendência, ela fez no ano passado um curso de design de sobrancelha masculina, em São Paulo.



 

Zezé e Maiquel: depilação vem sendo cada vez mais procurada por homens



 

Segundo a proprietária da Estética Beautiful, Cristiani da Silva Nunes, 23 anos de idade e três de profissão, a procura de homens por tratamentos estéticos vem crescendo, mas ainda é pouca pelo menos aqui no Rio Grande do Sul. Ela trabalhou durante dois anos no Rio de Janeiro e garante que lá os homens mostram mais naturalidade ao freqüentar centros estéticos e salões de beleza. “Costumo receber muitos homens aqui, mas quase nenhum é assíduo ou faz tratamentos com freqüência. Quem eu recebo, em geral, está a procura de rejuvenescimento e cuidados para o rosto. São raros os que procuram tratamento para o corpo”, conta.



 

"Muita gente ainda pensa que homem vaidoso é homossexual. Eu não me importo com isso, porque
esses cuidados com a aparência fazem bem para a auto-estima de qualquer um"

Maiquel Borth






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