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Entrevista EDIÇÃO 39 - AGOSTO 2010

Bom para cachorro


Amor aos animais, assim resume Waldívia Toledo da Rosa, 54 anos, o sentimento que a motiva a ser incansável na luta pela proteção dos bichinhos. Ex-presidenta da Associação Cachoeirense de Proteção Animal (Acapa), ela não mede esforços para tirar de apuros algum quadrúpede que clama por socorro. O custeio das tantas boas ações vem em grande parte do seu salário de professora aposentada. Pensa que ela reclama? Não. Waldívia garante que se sente recompensada e que estar fazendo a sua parte num mundo onde a maioria finge não ver os problemas a sua volta.


Waldívia: “No coração de cada animal abandonado mora o desejo único de ser amado”


De onde surgiu esse amor pelos animais?
Meu sonho sempre foi ser veterinária, mas como casei cedo e teria que sair da cidade para estudar, desisti. Me formei em Letras e fui professora de Língua Inglesa, mas nunca deixei de amar os animais. Assim que me aposentei, há cerca de quatro anos, passei a me dedicar integralmente à proteção deles em Cachoeira.

Como descobriu sua vocação de protetora dos bichos?
Acredito que é um dom que recebi, pois mesmo sendo um trabalho voluntário exige muita dedicação de quem o faz.

Então como é sua rotina?
Meu telefone começa cedo a tocar, por volta das 8 horas já recebo a primeira ligação. Como me tornei conhecida na cidade pela proteção aos animais, muita gente liga para pedir ajuda ou até alguma orientação. Tem dias que passam de 30 chamados. Essa correria acontece de segunda a segunda-feira, afinal bicho não escolhe quando vai precisar.

Qual a história que mais lhe marcou nessa luta pelos animais?
Foi um fato que aconteceu recentemente e me emocionou muito com um cachorro da raça fox, o Bolinha. Ele estava com um tumor em estágio muito avançado e a princípio a única saída era sacrificá-lo. Mesmo diante desse quadro, o veterinário Marcelo Loreto que é um grande parceiro desse trabalho de proteção animal, buscou alternativas e encontrou uma forma de cura através de quimioterapia. Hoje o Bolinha está se recuperando bem, mas não esqueço do jeito dele, parecia estar me pedindo ajuda. Esses casos realmente fazem ver que meu trabalho vale a pena.

Qual a sua maior mágoa em relação às pessoas que destratam os bichos?
Não estou aqui para julgar, fico chateada, mas não julgo ninguém. O que me conforta em casos de grande maldade é saber que existe uma justiça divina e essa sim se encarrega de cobrar as maldades.

Você se vê longe desse trabalho voluntário?
Não imagino mais minha vida sem ajudar os animais, mas confesso que quero diminuir bastante o ritmo, pois deixei chegar a um ponto que não consigo mais nem ter tempo para mim.

Qual o seu grande sonho em relação aos animais?
Precisamos de mais conscientização, se cada um fizer um pouco, juntos dá para mudar a realidade de sofrimento de muitos bichinhos. Além disso, é preciso mais ajuda do poder público, uma campanha de castração é fundamental para redução da proliferação de animais abandonados.






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