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Entrevista EDIÇÃO 28 - AGOSTO 2009

Na cara e na coragem


A imagem distante e fria de policial que a maioria das pessoas têm em relação aos profissionais dessa área passa distante do popular delegado de Cachoeira do Sul, José Antônio Taschetto Mota. Aos 34 anos, ele já completa 10 anos de dedicação ao combate do crime e se diz surpreso com a relação da comunidade. “Como polícia mexe com a liberdade, acaba em muitos lugares sendo vista com maus olhos, mas aqui é bem diferente, as pessoas têm um carinho grande pelos policiais e mostram muito agradecimento pelas operações realizadas”, observa. Natural de São Leopoldo, ele está há sete anos morando na cidade, onde casou com a advogada Patrícia Meira Mota, com quem tem os filhos Leonardo, 14, e Eduardo, 3.


 

Delegado Mota: relação com o combate ao crime o faz ser admirado pela comunidade cachoeirense



Como é a vida na polícia?
Meu pai é delegado aposentado, então cresci convivendo com essa profissão e acabei me encantando. Logo após terminar a faculdade de Direito fiz um concurso e consegui aprovação. Ser delegado sempre foi minha meta profissional e por ter essa paixão, me sinto realizado.

 

A profissão interfere na vida pessoal?
Interfere no sentido de exigir dedicação integral. Não posso trabalhar somente no expediente convencional da maioria das pessoas, preciso quase sempre estar 24 horas disponível. Minha esposa já acostumou e eu também, não vejo como nenhum sacrifício. Já em relação a ter que deixar de sair de casa ou conviver em sociedade por ser delegado, isso não acontece comigo. Sofri algumas ameaças ao longo desses anos de polícia, mas nada que me tirasse o sono ou me impusesse medo de sair à rua.

 

É fácil separar a vida na polícia da vida pessoal? Algum caso já te deixou abalado?
Nem sempre tem como não se envolver, especialmente com casos em que crianças são as vítimas. Não existe um botão para desligar o que presenciamos dentro da polícia. O caso que mais me marcou, e até hoje quando falo me emociono, foi o atropelamento de duas crianças, uma de quatro e uma de cinco anos, em Caçapava do Sul, cidade onde também atuei. Lembro exatamente da cena em que fui até o hospital para tentar com os médicos liberar os corpos. Me marcou muito.

 

Como é enfrentar o crime?
Cachoeira ainda é uma cidade tranquila, então não vejo problemas nem mesmo nas ações mais enérgicas. Optamos por trabalhar pelo combate ao crime e não somente na punição. Além disso, procuro fazer com que minha equipe sempre trabalhe com ética, ou seja, não é porque é um criminoso que não merece respeito. Procuramos não agir com truculência e nem usar métodos de tortura, como acontece em outros lugares. Também acompanho de perto as operações, pois acredito que quando o delegado mete a cara junto com os policiais, além de incentivar o trabalho da equipe, impõe mais respeito aos criminosos.

 

Como é estar em um cargo de comando desde jovem?
No início muitos policiais mais velhos não aceitavam bem minhas ordens, mas com o tempo isso foi passando. Tento ser democrático. Não é porque sou o delegado que estou sempre com a razão. Procuro escutar a opinião de todos para ver qual a melhor decisão a ser tomada. Não tenho problemas em mudar de ideia.

 

Quais teus projetos futuros?
Quero seguir como delegado. Sei que outras profissões jurídicas poderiam me trazer muito mais retorno financeiro, mas faço o que eu gosto e quero continuar fazendo um bom trabalho.








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