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Entrevista EDIÇÃO 17 - SETEMBRO 2008

O garoto da vez


Aos 18 anos, Luiz Afonso Schwab é uma das grandes promessas cachoeirenses no mundo fashionista. Filho de Luiz Alberto e Beatriz Schwab, ele é a atual “cara” da grife  brasileira  Ellus,  marca para  qual  fez as campanhas publicitárias de verão e inverno 2008, e um dos modelos mais atuantes nos desfiles do Fashion Week de São Paulo e do Fashion Rio. De passagem pela cidade, ele conta sua trajetória profissional desde que foi descoberto pelo scooter Roger Slim e venceu o concurso da agência Elite Models em 2007. Com apenas um ano de experiência, o sucesso do modelo é tamanho que ele já acumula desfiles e catálogos de moda para renomadas marcas como Prada, John Galliano, Roberto Cavalli e Dior Homme. Através de uma personalidade tranqüila e até tímida, o garoto de 1,89 metro e 72 quilos garante: “Estou muito feliz com toda essa mudança, mas não perdi meu foco e com certeza pretendo voltar para o sul”.


 

Como surgiu a oportunidade de trabalhar como modelo?
Já imaginava ou sonhava com essa realidade antes?

Nunca pensei em ser modelo, tudo aconteceu por acaso. O Roger Slim me descobriu aqui em Cachoeira e me levou para as seletivas do concurso Elite Models. Fui vencendo as etapas e cheguei até o fim como ganhador. Como esse concurso é uma espécie de vitrine de modelos, logo fui conseguindo vários trabalhos. Nunca sonhei com nada disso que está acontecendo, não que não esteja feliz com todas as oportunidades, mas gosto muito de ficar em lugares calmos. Sempre tive uma personalidade mais reservada e por isso essa nova vida era uma realidade muito distante dos meus pensamentos. Mas estou gostando muito, muito mesmo.


Como funciona a realidade do mundo fashion?
Com certeza é um mundo muito diferente, principalmente diferente do que sempre gostei, mas ele te abre muitas portas e te proporciona conhecer diversas pessoas que você jamais teria acesso. Os contatos e os lugares que a gente conhece são os atributos mais valiosos dessa carreira. Nunca tive problemas de relacionamento, contatos, enfim. Todos sempre me trataram muito bem dentro do meio, e pelo que observo, eles recebem os novatos de maneira positiva, para tentar suprir a falta da casa e da família que a gente tem logo no começo. Concorrência existe em todos os lugares, a diferença é que nesse meio aparece mais porque estamos sempre em exposição. Mas tranqüilamente você faz amizades nesse mercado.


Sabemos que esse meio valoriza muito a beleza feminina. Como é para vocês homens saberem dessa supervalorização das modelos?
No mundo fashion, a mulher está sempre mais em vista, até porque o maior público consumidor são as mulheres. Isso inclusive está mudando atualmente, mas ainda sim existe uma disparidade de valores. Mas por outro lado, ao mesmo tempo que elas ganham mais, a concorrência entre elas é ainda maior, porque existe muita modelo no mercado. É claro que pensamos às vezes: “Poxa, fiz um catálogo ou um desfile igual a ela e ganhei bem menos”, mas isso tem que ser encarado naturalmente.


Você está num meio onde as coisas são muito  passageiras. Hoje você está aqui, mas amanhã, qual será o seu destino?
Realmente são passageiras, por isso a gente nunca sabe. Hoje estou em Cachoeira, amanhã ou depois tudo pode acontecer. Muitas vezes é difícil essa rotina incerta: já acordei na Itália, trabalhei na França e dormi na Alemanha, então tudo é muito imprevisível, mas como tudo tem seu preço, também tem seus benefícios. Essa rotina já me proporcionou conhecer Londres, Suíça e Berlim, lugares que estavam muito distantes nos meus sonhos. Apenas estou aproveitando essa ótima fase que estou passando, sem me preocupar muito se essa carreira vai durar muito ou não.


A família te apóia? Nunca te pressionaram para não deixar os estudos de lado?
Eles sempre me deixaram bem livres para eu decidir o que gostaria de fazer. Com a carreira de modelo não foi diferente, tanto que no ano passado quando ainda estava cursando o terceiro ano no colégio Barão do Rio Branco fui aprovado em agronomia pelo Peies, mas como sou novo e tudo foi dando certo, acabei optando pelas passarelas. Mas certamente um dos meus objetivos é cursar essa faculdade e tudo acontece na hora certa.


Como é para você sair do anonimato e se enxergar nas revistas mais badaladas do país e até do mundo em tão pouco tempo?
É muito estranho, porque realmente tudo aconteceu muito rápido para mim. Todo esse glamour, esse mundo encantado da moda é bacana, como disse antes, ele proporciona coisas inimagináveis. Mas quando penso na beleza dos lugares, não troco um belo fim de tarde numa coxilha por um passeio nas badaladas ruas de Paris. Jamais vou esquecer das minhas origens porque minha família e o campo são a minha paixão. Estou aproveitando essa grandiosa oportunidade, mas nunca perco o foco.


Como você esteve com uma diversidade de mulheres do mundo todo, quais as modelos mais belas? A tradição da beleza brasileira pode ser confirmada?
Com certeza, o porte, a cor e o sorriso das brasileiras são os mais bonitos. Mas as gaúchas são ainda mais belas. (risos)


Quais seus planos futuros? Ainda volta para Cachoeira?
A única coisa certa é que quero fazer minha faculdade de Agronomia. Aonde vou morar só Deus sabe, mas pretendo ficar aqui no sul, a terra que amo.


O segredo do sucesso é...
Cada um tem a sua receita, sua melhor conduta. No meu caso eu procuro ficar na minha, buscando sempre me dar com todos a minha volta.


O que você tira de melhor de tudo isso?
A experiência que tive em todos esses lugares com essa diversidade de pessoas é muito valiosa. Amadureci muito. O poder de visão, de relações e interesses ampliam imensamente. Hoje consigo conversar e me adaptar melhor e enxergar um mundo de oportunidades que não imaginava que existia antes. A gente passa a enxergar as coisas de forma mais natural e madura depois que conhece outros lugares e pessoas. E claro, o trabalho compensa também porque é remunerado como qualquer outro trabalho que você faz. Espero poder aprender ainda mais.






 Luiz Afonso: publicidade para campanha da Ellus



"Nesse meio as coisas são muito passageiras, rápidas. Não existe rotina. Já acordei na Itália, trabalhei na França e dormi na Alemanha."








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