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Mulher Linda Edição 02 - JUNHO/2007

De Miss Dhaufine a advogada


Delmira Behr Gaspary revela como conquistou o sucesso profissional



Dedicação e empenho são as palavras que norteiam a vida pessoal e profissional da professora e advogada Delmira Behr Gaspary, 64 anos. Atuante na sociedade desde a adolescência, Delmira marcou a memória de muitos cachoeirenses quando conquistou a faixa de Miss Dauphine do município na década de 60, título que lhe rendeu um desfile em carro aberto pelas principais ruas de Cachoeira do Sul e uma viagem para conhecer a montadora do veículo em São Paulo.
Não foi só por causa da beleza que Delmira garantiu seu lugar de destaque. Com a personalidade decidida e simples que conserva até hoje, ela também conquistou o tão sonhado reconhecimento profissional. Seu principal projeto de vida sempre foi a independência econômica. "Aprendi com a minha mãe que a mulher precisa sempre ser autônoma", observa. Para isso, ela cursou, ao mesmo tempo, duas faculdades: Filosofia e Direito.
Depois de formada, durante 10 anos Delmira dedicou-se exclusivamente à sala de aula. Somente mais tarde resolveu advogar, sempre defendendo principalmente os direitos da mulher. Filha única de agropecuaristas e casada desde os 22 anos com o bem-sucedido médico Luiz Ramiro Gaspary, ela poderia ter se acomodado e se dedicado somente à casa e à família. Mas o rumo que decidiu dar a sua vida foi bem diferente. Nem mesmo com a chegada dos seus dois filhos ela abandonou o sonho de não precisar do dinheiro nem dos familiares nem do marido para se sustentar.



"Aprendi com a minha mãe que a mulher precisa sempre ser autônoma"



Delmira: Miss Dauphine na década de 60



Nem pensar em parar
A autenticidade e sede por conhecimento marcam a personalidade de Delmira. "Faço sempre o que acho certo. E como diz o ditado popular, não tenho papas na língua. Nunca levo ressentimentos para casa sem antes dialogar e esclarecer a situação", enfatiza. Ela revela que apesar de ainda pensar dessa forma, na juventude foi mais radical. "Hoje, na velhice, estou mais comedida, mais serena, enfim mais reflexiva", comenta Delmira. Quem a conheceu na adolescência lembra que Delmira sempre era a mais avançada da época, buscava o conhecimento e lutava, como até hoje, pelos seus ideais e princípios de vida.
"Sempre fui atuante e gostava de me envolver em novos projetos, tanto que na minha adolescência comandei a Associação dos Estudantes de Cachoeira do Sul, entidade considerada de grande importância na época". Com orgulho ela diz que foi uma das fundadoras da extinta Fundação Educacional do Vale do Jacuí (Funvale). Hoje, apesar de estar aposentada no papel como professora do Colégio Imaculada Conceição e do Instituto João Neves da Fontoura, ela segue diariamente uma rotina de dedicação ao trabalho no seu escritório de advocacia. "Comecei a trabalhar com 17 anos como bancária e nunca mais parei e nem penso em parar tão cedo. Trabalhar é a condição de dignidade da pessoa. Vou fechar meu escritório somente no dia em que eu não tiver mais condições de estar atualizada como advogada de família", ressalta.
Profissional que prima pela qualidade do trabalho que executa, ela luta com unhas e dentes pelas causas a que se propõe defender. Porém, Delmira afirma que seu relacionamento com os clientes é estritamente profissional. "Faço sempre tudo o que posso para defender uma causa, mas procuro não me envolver com os dramas pessoais dos meus clientes para não me sobrecarregar", diz. Delmira também atua, desde 1997, como voluntária no Jus Mulher, entidade que se propõe a defender e orientar as mulheres sobre seus direitos e que ela ajudou a fundar.



Dedicação: Delmira começou a trabalhar com 17 anos


"Faço sempre o que acho certo. E como diz o ditado popular, não tenho papas na língua. Nunca levo ressentimentos para casa sem antes dialogar e esclarecer a situação"




Delmira mãe e esposa


Em família:
Delmira com marido, filhos e netos


Natural de São Sepé, Delmira Behr Gaspary adotou Cachoeira do Sul como sua cidade natal. "Vim morar aqui com oito anos de idade para ter uma educação de maior qualidade. Aos 18 anos fui estudar em Santa Maria e depois de formada e já casada, eu e meu marido escolhemos novamente Cachoeira para morar", conta. Esposa do médico Luiz Ramiro Gaspary há 40 anos, ela atribui a duração da relação à perseverância dos dois.
"Todo o dia me penitencio pelos meus erros. E agora na velhice resgatamos o que sobrou de valores positivos, da caminhada, para termos uma convivência harmoniosa e produtiva com nossos netos". Apesar da longa convivênvia, Delmira sempre deixou claro que não era e nunca seria uma esposa resignada e submissa, como era comum as mulheres na época em que se casou. Da relação eles tiveram dois filhos, o advogado João Assis e a médica Leisa Gaspary.
Há poucos anos a família cresceu com a chegada dos dois netos, Gabriele, filha do João e Lucas, filho da Leisa. Por causa da dedicação ao trabalho nos três turnos - manhã, tarde e noite - , Delmira diz que tem consciência de que como mãe deixou a desejar. "Muitas coisas deveriam ter sido diferentes. Sempre fui muito técnica e pouco presente". As personalidades fortes e muito diferentes dos seus dois filhos e do marido não permite uma vivência muito grande entre a família. "Por causa disso, não temos muito envolvimento. Não nos encontramos freqüentemente como outras famílias. Hoje, o que mais nos une é a amizade que os meus netos têm um pelo outro e o amor que meus filhos sentem por seus sobrinhos".








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