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Rytah Rosttirola EDIÇÃO 13 - MAIO 2008

Até que a morte nos separe!


Será mesmo? Vivemos numa época em que as pessoas estão muito individualistas e querem tudo pra ontem, satisfação imediata e garantida. Se não for assim, já mudam de rumo... Afinal, a fila anda!  Acrescente nessa lista o casamento. Não é à toa que os divórcios estão acontecendo cada vez mais cedo e em número alarmente. Quase ninguém mais entra numa relação pensando que será até a morte. Confesso que sofro um pouco desse mal. Afinal sou separada há muitos anos e a idéia de me casar de novo assusta, porque sei que terei que mudar muitas coisas. Casamento é uma sociedade, que precisa de cuidados e investimentos pra poder dar certo.
Sempre oriento as mulheres com relação à importância de serem felizes independente de estarem ou não com alguém. Até porque muitas sofrem por estarem sozinhas, como se isso fosse um grande mal.
 Tentam desesperadamente arranjar alguém pelo simples fato de poderem dizer que estão acompanhadas. Obviamente isso não é saudável e provavelmente uma relação não tem chances de dar certo assim.
No ano passado tive o privilégio de ser convidada para uma festa de aniversário do avô de uma pessoa muito querida minha. Para surpresa, ele estava comemorando 100 anos de vida, saudável e feliz. O que mais me deixou impressionada foi o fato de estar comemorando também 60 anos de casado! Cheios de amor, carinho, respeito e paixão! Isso mesmo que você leu: ainda estavam apaixonados um pelo outro! Como isso é possível? Até o padre que realizou a cerimônia resolveu perguntar, não se conteve com tanta curiosidade, afinal, comemorar 30, 40 ou 50 anos, já é algo memorável. Mas comemorar 60 anos juntos, felizes, lúcidos e cheio de carinho um pelo outro? Tem que ter uma receita.
Da resposta da esposa, com 81 anos, para o padre, vieram algumas dicas de como manter um relacionamento: “Rezar muito!” - com certeza! -, mas logo em seguida ela prosseguiu com palavras que mostraram o segredo de tanta felicidade. Até acho que a palavra de ordem desses dois durante sua vida foi solidariedade. Afinal, além de criarem dois filhos, criaram outros que adotaram e só saíram de casa no dia do casamento. Foram padrinhos de mais de 200 casamentos nesses anos todos. Sempre ajudaram não só os membros da sua família, mas o próximo, membros da comunidade, quem precisasse. São pessoas que não viveram pra eles, mas para os outros, se doaram totalmente.
Outra palavrinha mágica que me chamou a atenção foi acordos. Pois é, antes mesmo de casarem eles estipularam vários acordos e procuraram cumprir. Segundo a esposa, foi isso que fez com que não ficassem implicando com as diferenças e defeitos do outro. Um dos acordos que achei interessante foi que ele era um homem da cidade, adorava lidar com pessoas e estar em movimento; ela, uma mulher do campo, não gostava de muito agito e preferia cuidar da roça e dos animais. Fizeram o seguinte acordo quando casaram: ficariam na cidade até ele se aposentar e depois morariam no campo. Quem iria entrar num acordo desses hoje em dia? Pensar em ter que esperar o parceiro se aposentar pra poder fazer e viver onde gosta? Passar toda a juventude morando e fazendo o que não gosta? Não parece muito distante? E se ele ou eu morrermos antes disso? Ou nos separarmos? Perderei todo esse tempo em vão?
Mas eles fizeram investimentos a longo prazo. Não pensaram em retorno imediato. Interessante que eles viveram na cidade por 30 anos e já moram no campo por mais 30... Estão no lucro! Os dois!
Outra constatação: quando se está feliz e realizado, a probabilidade de adoecermos, se tivermos uma vida com hábitos saudáveis, é muito remota. Ele tem 100 anos e ela 81, os dois ainda trabalham e cuidam das suas terras e animais. Trabalhar não envelhece nem adoece ninguém! Não temos certeza de nada nessa vida, só que vamos morrer. Mas podem ter certeza que esses dois não morrem de doença, até porque isso já poderia ter acontecido... Penso que simplesmente vão adormecer, sua máquina vai parar depois de ter funcionado tão bem e cumprido sua função.
Relacionamento feliz e eterno existe, basta mesclar doses de amor, paciência, solidariedade, respeito, cumprir acordos e não visar somente o bem próprio. Acredite na sua relação. Faça planos a longo prazo e lute por eles. Não implique com as diferenças do seu parceiro, aprenda a conviver com elas, do contrário vocês só envelhecerão mais rápido e adoecerão por acumularem rancor e raiva, isso se não se separarem antes.
Beijo bom!



 

Relacionamento feliz e eterno existe, basta mesclar doses de amor, paciência, solidariedade, respeito, cumprir acordos e não visar somente o bem próprio.



 

(www.rytahrosttirola.com.br)
(*) Rytah Rosttirola é sexóloga e especialista em aulas de sensualidade para mulheres. É considerada a primeira Sex Personal do Brasil, por ser pioneira na criação de cursos particulares, voltados para as mulheres mais tímidas. É âncora do primeiro talk sex da internet, Intimidade Online, transmitido semanalmente pelo portal Região dos Vales.






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