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Reportagens EDIÇÃO 44 - JANEIRO E FEVEREIRO DE 2011

Pais com hora marcada


Como conciliar, sem culpa, a carreira com a educação das crianças

Se dependesse dos filhos pequenos, os pais só se afastariam deles por alguns minutos – desde que para ir à esquina comprar refrigerante e guloseimas. Longe disso, a vida real exige que os pais mantenham suas rotinas de trabalho depois do nascimento das crianças. Então, como conciliar a profissão com a educação dos filhos sem que isso se transforme numa grande aflição? De acordo com a especialista em terapia psicanalítica e psicoterapias na infância e adolescência, Rose Caldas, 51 anos, 26 anos de profissão, a palavra-chave para manter a qualidade na relação com os filhos é a qualidade do tempo dispensado e não a quantidade. Se a atenção não está sendo suficiente os pequenos mandarão recados, basta ficar atento a eles.
“A criança está sempre perguntando, não verbalmente, mas através de atitudes: você me ama? Nossa resposta vai determinar sua postura em relação à vida. A resposta também não é verbal. É atitude. A criança vê a medida do amor pelo nosso comportamento”, explica. Ter um tempo só para a criança é fundamental. “O que ela mais necessita é de nossa atenção completa, não dividida. Deve sentir que é a única, especial. É vital para o desenvolvimento da autoestima, sem isso ela experimenta ansiedade por sentir que tudo é mais importante do que ela”, observa a psicóloga. Prejuízos emocionais podem se instalar em decorrência dessa falta de atenção. “Gaste tempo a sós com seu pequeno. É difícil? Sim. Há um preço a pagar, mas você terá um filho seguro, feliz e apreciado pelos outros”, comenta.
Quem não dispõe de tempo para uma brincadeira tem outras formas de fazer com que a criança se sinta acolhida. Uma delas é requisitá-la para pequenas participações no dia-a-dia da família. Por que não chamá-la para ajudar a fazer o jantar ou lavar o carro? Além disso, mesmo passando doze horas por dia longe de casa é possível mostrar aos filhos que eles podem contar com você. Um telefonema na hora do almoço, outro na volta da escola ajudam a reforçar a ideia de proximidade. As crianças também devem saber, a qualquer momento, onde poderão encontrar os pais e qual o melhor horário para telefonar ao escritório sem incomodar.


Conselhos da especialista em terapia psicanalítica e psicoterapias na infância e adolescência, Rose Caldas, para conciliar a profissão com a educação dos filhos sem que isso se transforme numa grande aflição.

. Não sofra por causa do relógio. Os pais devem esforçar-se para manter um convívio diário de pelo menos meia hora de atividades. Nos finais de semana e feriados, a atenção deve ser maior.
 
. Dê autoridade à empregada para vetar a bagunça. Criança não pode decidir a hora de comer ou dormir, nem pode trocar o bife pela barra de chocolate. Uma rotina geral reduz conflitos, delimita discussões e diminui o número de pode e não pode diário.
 
. Use o bom sendo na hora de presentear. Às vezes pode ser muito oportuno um reforço positivo por uma conquista da criança, mas não toda hora. Muitos pais se sentem culpados e tentam resolver o problema com presentes, sendo que a atenção é a necessidade mais urgente e não pode ser substituída.
 
. Crie rotina. Seu filho gosta de saber que a família tem alguns hábitos padronizados, como o clube ou a pizza aos domingos. Isso dá ideia de união e proximidade.
 
. Não encha a agenda do seu filho de compromissos. Muitos pais fazem isso na esperança de que, ocupadas, as crianças não sintam falta deles. Criança precisa ter tempo para brincar e espaço para ser ela mesma.
 
. Tire férias com as crianças. Isso não significa necessariamente ir à Disney. O importante é que a família esteja reunida sem os horários de aulas e trabalho para atrapalhar.
 
. Não leve trabalho para casa. Nada pior para uma criança que se sentir trocada por um computador. Além disso, os pais também devem ter um tempo só para si: ir na academia, praticar um esporte, ir ao cinema e sair com amigos.





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