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Reportagens EDIÇÃO 39 - AGOSTO 2010

A nova meia-idade


Mulheres na casa dos 50 mostram que não tem nada a ver com as senhoras de apenas poucas décadas atrás

Difícil acreditar que Rosane Santiago tem 54 anos. “Com muito orgulho”, faz questão de ressaltar. Proprietária da Santiago Seguros, seu relógio desperta às 7h45min. Às 8h30min já está na empresa e segue a rotina de trabalho durante todo o dia. No final da tarde, o terninho dá lugar à roupa de ginástica. “Não abro mão de malhar na academia pelo menos três vezes por semana, nos outros dias faço questão de fazer esteira em casa ou caminhada nas ruas da cidade”, observa. A boa forma e o pique para enfrentar o dia a dia estão explicados. A prática da atividade já vem há 32 anos, desde quando teve seu filho mais velho, o Daniel, e se manteve na gestação do Eduardo, 29.
 Quanto a dietas, Rosane diz que não faz, mas é cuidadosa com a alimentação. “Sou gulosa só por doce, no resto me controlo bem”, conta, ela que de intervenção cirúrgica só uma plástica de mama feita há 12 anos. Acordar pela manhã, maquiar e colocar um salto alto, a motiva a não parar sua rotina. “Estou sempre buscando novidades, não gosto de mesmice, de acordar pela manhã e não ter o que fazer. Sei que vai chegar o dia em que terei que parar, mas por enquanto nem quero pensar nisso”, diz Rosane, que para essa sessão de fotos elegeu uma calça jeans justa, peça de roupa inimaginável de as senhoras de 50 anos usarem há pelo menos duas décadas. “Acredito que todas as gerações ganharam pelo menos 10 anos de vida. Hoje aos 54, me sinto como se tivesse 44 e o mais engraçado disso é que quando tinha de fato os 44 anos, me via 10 anos depois como uma velha, sem fazer mais academia e só curtindo a aposentadoria. Sorte que me enganei”, diz ela com bom humor.
Formada em Letras, ela cursou até o ano passado algumas cadeiras do curso de Direito que lhe ajudariam no trabalho na corretora de seguros e agora já planeja estudar Administração, não com o objetivo de ter mais um diploma, mas querendo buscar mais especialização para desenvolver seu trabalho. Apesar dos projetos profissionais e a rotina sempre cheia de tarefas, Rosane não abre mão de fazer viagens periódicas com o marido, o agente fiscal Dalnei Santiago. “Também quero meu lazer, amo viajar e fazer esses planejamentos de roteiros me motiva também a seguir trabalhando”, conta ela que já tem agendada uma viagem para Espanha em outubro.



“Gosto é de movimento, não quero parar”
Rosane



A segunda adolescência

. A médica Francine Benes, professora de psiquiatria em Harvard, mostrou pela primeira vez à comunidade científica, em 1998, que, como na adolescência, há um crescimento significativo de mielina no cérebro por volta dos 50 anos.
. A mielina é uma gordura que reveste os axônios (prolongamentos dos neurônios) como fios elétricos. Quanto mais mielinizada a fibra nervosa, mais rápida é a condução do estímulo nervoso, responsável por funções como pensamentos, sensibilidade, aprendizado e sentidos.





Os 50 são os novos 40

Aos 52 anos, a empresária Nalda Vargas, esposa do empresário José Tischler, 75, poderia ter uma rotina tranquila, bem diferente do dia a dia atribulado que tem, não fosse por um detalhe: o fato de simplesmente não conseguir parar o movimento de sua vida. Mãe de dois adolescentes,
Matheus, 17, e Larissa, 14, ela divide o tempo de cuidados dos filhos, com a coordenação das tarefas da casa, sua loja de confecções, a Bell Art’s, o trabalho voluntário de coordenadora do Imama, e ainda 1h30min de academia três vezes por semana. Ufa... Haja fôlego, mas ela garante amar o que faz.
Quem pensa que sua aparência ainda jovial foi garantida graças a uma vida que mais parece um mar de rosas, engana-se. Há cinco anos, Nalda enfrentou um câncer de mama, uma das doenças que mais apavora as mulheres. A luta foi grande e a mastectomia radical da mama direita foi inevitável. A depressão também. Em 2006, ela fez a reconstituição e levantou a cabeça, reconstituindo também sua forma emocional para encarar a vida. “Não podia parar e ter esse pensamento foi muito importante para minha recuperação e para me manter motivada com o dia a dia”, conta. Hoje, ao se olhar no espelho, Nalda se vê totalmente diferente de sua mãe quando estava na casa dos 50. “A revolução no comportamento feminino foi fundamental para esse novo perfil das cinquentonas. Estamos nos cuidando mais e cobrando um ritmo para poder acompanhar também essa transformação. Não quero ser uma velha enrugada que só espera a morte chegar. Cada vez mais gosto de mim mesma”, diz ela, cheia de autoestima e projetos para o futuro.



“Cada vez mais gosto de mim mesma”
Nalda



Os 50 vem aí

Às vésperas de completar 50 anos, a advogada e professora Maria Alzira Alves de Castro, está longe de refletir em sua imagem a idade que possui registrada na identidade. Dona de um corpo esguio e de muita energia, ela mantém não só a aparência jovem, como a rotina de uma mulher ainda na casa dos 30. Às 7h ela já está em pé e entre uma atividade e outra se mantém acordada até por volta das 2h. Nesse intervalo de tempo, muita dedicação à advocacia na parte da manhã, à tarde e à noite é a vez de tomar conta da sala de aula. Fora os dois empregos, que consomem pelo menos 12 horas diárias, Maria Alzira têm a casa para cuidar, os filhos Arantxa, 16, e Pablo, 19, e também o marido para dar atenção.
O descanso só é completo nas férias, porque aos finais de semana, ela precisa analisar processos e corrigir provas de seus alunos. Mas ela não desanima e sempre tenta conciliar tudo de maneira a não negligenciar nenhuma de suas tarefas, nem mesmo a de se cuidar. “Com essa rotina não tenho tempo para academia, mas sempre cuido muito da alimentação”, revela seu segredo de beleza. Sem nenhuma intervenção cirúrgica, ela garante manter a imagem em dia com a ajuda de cremes e também graças a sua rotina de trabalho. Mesmo com essa agenda
cheia, ela tem mais planos pela frente: iniciar um mestrado até o final do ano. “A idade não me assusta, pelo contrário, me sinto cada vez melhor”, conta Maria Alzira.



“A idade não me assusta”
Maria Alzira



Prepare-se para chegar lá


. O surgimento de sinais desagradáveis no período da menopausa são variáveis. Quando ocorrem, não são provocados unicamente pela queda da produção de hormônios pelos ovários, mas por uma combinação de fatores emocionais, psicológicos e socioculturais.

. A adoção de uma vida saudável, com atividade física regular e dieta balanceada, auxilia as mulheres no climatério.

. É importante viver plenamente todas as etapas da vida, equilibrando o campo afetivo com o profissional, para que as relações sejam plenas.








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