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Reportagens EDIÇÃO 36 - MAIO 2010

Eles não abrem mão da vida no campo


Histórias de gente que mesmo trabalhando na cidade mora no interior

 

Em busca de qualidade de vida, cachoeirenses estão encarando diariamente a poeira e o asfalto que separam a cidade do interior. São pessoas que saem cedo de casa, passam o dia trabalhando e estudando no Centro e, no fim da tarde, retornam para o campo. O acesso fácil ao transporte e à tecnologia, como internet banda larga e TV por assinatura, são um incentivo para que os jovens peguem gosto por este estilo de vida, deixando a mudança de endereço fora dos planos para o futuro. Nestas duas páginas LINDA conta como é a rotina e o que leva quatro famílias a gostarem tanto da vida dividida entre o campo e a cidade.


 

 

Terapia diária

Apesar dos compromissos diários – e muitas vezes fora do horário comercial – que Leidilena Marques Festinalli, 30 anos, tem como conselheira tutelar, ela e o marido não se arrependem de terem alugado a casa que tinham na cidade para morarem no campo. “Aqui tenho meus bichos e meus afazeres em meio a essa paz. É como se fosse minha terapia diária”, resume a moradora da localidade de Botucaraí, distante 15 quilômetros da cidade. Quando lembra dos tempos em que morou em um apartamento no Centro de Porto Alegre ela não se imagina na mesma situação. “Hoje jamais eu conseguiria morar em um apartamento. Parece que se perde a liberdade”, comenta a conselheira, que tem no tiro de laço uma de suas atividades favoritas.



Ali pertinho

Há oito anos a família da funcionária pública Rita Guarese Garske, 44 anos, se mudou do Bosque para mais perto da cidade. Para mais perto, mas não para a cidade. Ela, o marido e os filhos adolescentes optaram por uma propriedade no Alto dos Casemiros, a dez minutos do Centro. Ele passa boa parte do dia envolvido com a produção. Já Rita e os filhos vão e voltam da cidade pela manhã e à tarde. “Sempre gostei da tranquilidade que se tem pra fora. É bom viver mais sossegado, perto da natureza e dos bichos”, diz ela, com a experiência de quem já viveu 15 anos na agitação de Caxias do Sul. A opinião é compartilhada com os filhos, que se dizem felizes onde moram. “Não pretendemos sair daqui”, resume ela.




Viagem compensa

O trecho de dois quilômetros de estrada de chão mais os cerca de 15 de asfalto que a bancária Maria Dorotea Sleutjes Machado, a Doli, 41 anos, percorre com a filha adolescente no começo da manhã e no fim da tarde nem de longe servem de empecilho para que ela, o marido e a filha continuem morando no interior. Ele trabalha com produção leiteira e precisa estar no campo, mas a família não pensa em inverter os papéis. “Hoje temos as mesmas facilidades que se tem na cidade, incluindo internet banda larga. Gostamos muito daqui, do silêncio e da tranquilidade. Não há motivos para morar na cidade. Isso não está nos planos”, brinca a bancária, que geralmente consegue chegar em casa a tempo de tomar o chimarrão de fim de tarde com o marido.




Vida saudável

Nem mesmo a agenda de secretário municipal de Trabalho e Ação Social fez com que Neiron Viegas, 52 anos, se mudasse para a cidade com a família. Pequeno agricultor e apaixonado pelo distrito de Três Vendas, onde mora, ele brinca que “nem quando me eleger prefeito de Cachoeira vou deixar de morar no interior”. E é em busca de uma vida saudável e o mais sossegada possível que ele pretende ficar no campo. “Aqui tenho uma qualidade de vida que não conseguiria ter na cidade. Produzo parte dos alimentos que consumimos e crio galinha, porco, planto árvores. É uma qualidade de vida da qual eu e minha família não abrimos mão”, diz, ao lado da esposa.





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