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Reportagens EDIÇÃO 21 - JANEIRO 2009

Estou de férias, e agora?


Período anual de descanso pode se tornar um verdadeiro tormento para alguns trabalhadores. Saiba o que fazer

 

Um ano inteiro de trabalho, muito esforço e dedicação e chega então o período tão sonhado, desejado e... temido: as férias. Espera aí... temido? Por mais estranho que possa parecer, tem gente que treme só de pensar nesse período anual de parada obrigatória. Um drama que de tão comum já ganhou nome: fobia de férias. Antes do século XX, ela não era obrigatória, esse direito do trabalhador com vínculo empregatício foi conquistado com muita luta e esforço. No entanto, em tempos de alta competitividade, exigência de eficiência e comprometimento, muitos trabalhadores desejam abrir mão de suas férias.
As dúvidas são muitas: e se a minha função for extinta? E se um estagiário começar a fazer o meu trabalho e o fizer melhor? E se alguém incorporar meu cargo e der conta do recado? E se eu for demitido? Além disto, existe também a figura do workaholic, termo vindo do inglês que significa viciado em trabalho. Para essas pessoas o receio é outro. Eles têm medo que a empresa tenha seu funcionamento comprometido pela sua ausência, ou que pelo fato de acumularem funções e serem vistos como alguém dedicado e comprometido, não se permitem um período de ociosidade. É figura comum entre empreendedores e executivos que não conseguem fazer outra coisa senão trabalhar. Eles abrem mão da convivência com amigos e familiares pelo trabalho.

PREJUÍZOS - De acordo com o psicólogo da Clas Psicologia com quatro anos de atuação nas áreas clínica e do trabalho, Anderson Comin, 31, ao contrário do que se pode pensar, longos períodos de trabalho sem interrupção causam prejuízos para todas as esferas da vida, inclusive a profissional. É comprovado cientificamente que períodos de descanso diminuem o estresse, aumentam a imunidade, criatividade e produtividade. Já quando não se tem férias, por mais que a pessoa não se sinta cansada, o corpo pode dar sinais de alerta, doenças podem começar a ocorrer, desde um simples resfriado até complicações mais sérias, como insônia, aumento da pressão arterial, problemas cardíacos, problemas musculares e perda da libido. Problemas de ordem emocional são também bastante comuns: crises de ansiedade, transtornos de humor e depressão.
 “Se você se encaixa nesse perfil, tenha em mente que trabalhar sem parar não garante seu cargo, nem rendimento e eficiência nele. Ser um bom profissional e cuidar bem de sua vida pessoal e de sua carreira, sim, garante estabilidade”, observa. “Por isso faça tudo com dedicação, inclusive cuidar de si mesmo, pois muitas empresas já estão avaliando isso. Elas querem um profissional que tenha qualidade de vida e não por serem boazinhas, mas porque sabem que um colaborador mais feliz é muito mais produtivo e lucrativo”, conclui o especialista.





 

Evite a fobia


Divida o período de férias em duas ou três vezes por ano, planejando antecipadamente o descanso. Tentar um período de adaptação com redução da carga de trabalho na semana que antecede as férias também pode auxiliar.


Para os líderes, tentar descentralizar o trabalho delegando tarefas à equipe.

 

Deixar uma mensagem automática no e-mail e celular corporativo e não ligar para o trabalho durante as férias ajudam a não preocupar-se tanto com ele.


Busque o auto-conhecimento, tente entender os motivos que o levam a trabalhar e a não querer parar de trabalhar.


Programar as férias com atividades que gostaria de fazer, com planos que deseja realizar, mas que não tem feito por falta de tempo e envolvimento com o trabalho pode fazer com que as férias sejam uma experiência gratificante. Se mesmo assim você não conseguir vencer esta fobia de férias, busque ajuda de um médico ou psicólogo.



 

 

Na China ainda não existem férias. As empresas param apenas 10 dias por ano, divididos em três períodos fixos. Um de quatro dias, e dois de três dias, sendo que quatro desses 10 dias são feriados nacionais. É o que no Brasil é chamado de feriadão e não de férias.





Uma pesquisa feita em 2005 pela International Stress Management Association-Brasil, instituição que se dedica à prevenção e ao tratamento do estresse no trabalho, mostrou que 38% dos profissionais entrevistados (ao todo 678 paulistanos e gaúchos entre 25 e 55 anos) têm medo de tirar férias.








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