“A dica mais valiosa é: respeite e cuide do seu corpo sempre com consciência”. Pâmela Moraes

O corpo registra o peso que você já teve  

É bem provável que você já tenha ouvido falar que o corpo “lembra” do peso que teve um dia, não é? Isso pode até parecer estranho, mas a ciência tem uma explicação: a gordura tem uma espécie de “memória” no corpo humano. Isso significa que, mesmo depois que a gente emagrece, o corpo guarda um registro do que viveu — e esse histórico pode influenciar o nosso metabolismo, a forma como sentimos fome e até como o corpo reage a dietas no futuro. 

“As células de gordura guardam marcas que fazem com que elas funcionem de forma diferente, mesmo com o peso mais baixo. Elas continuam ‘preparadas’ para acumular gordura de novo, como se estivessem esperando a próxima oportunidade para engordar”, explica a endocrinologista Pâmela Moraes, 35. 

Segundo a médica, essa “memória” pode durar bastante tempo. “Um estudo mostrou que dois anos depois de uma grande perda de peso, as células de gordura ainda tinham sinais de que já estiveram em um corpo obeso”, relata. Ou seja, mesmo com o corpo mais magro, as células continuam funcionando de maneira parecida com o período em que a pessoa estava acima do peso. 

Emagrecimento e o “efeito sanfona” 

Conforme Pâmela, esse processo não impede a pessoa de emagrecer, mas torna mais difícil manter o peso depois. Quem já foi obeso, tem mais chance de engordar de novo, porque o corpo fica mais “eficiente” em guardar gordura. “É como se o corpo lutasse para voltar ao peso antigo, mesmo que a pessoa esteja se esforçando”, destaca. 

E isso tudo explica o tão temido “efeito sanfona”, que nada mais é do que emagrecer e engordar de novo várias vezes. “Esse efeito está ligado à memória da gordura. Como o corpo não ‘esquece’ que já foi obeso, ele reage muito rápido quando a pessoa volta a comer mal ou sai da dieta. O resultado é um ganho de peso mais rápido e mais fácil do que antes”.

É possível reverter e “apagar” essa memória? 

A médica afirma que não! No entanto, ela destaca que já existem estudos sendo desenvolvidos para que talvez, no futuro, seja possível fazer uso de medicamentos para “reprogramar” as células de gordura.  

“Mas por enquanto, com certeza, o melhor caminho é seguir um estilo de vida saudável, mesmo depois de emagrecer; com alimentação equilibrada, atividade física regular e acompanhamento médico”, diz.