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Reportagens Edição 199 - Abril de 2025

Por trás da foto perfeita


“Eu ainda não parei de sonhar. Sei que tenho grandes coisas para realizar e que no tempo certo tudo vai acontecer se eu trabalhar para isso”. Katiele Cassol.

Infância no Dorasnal e Medicina no Albert Einstein 


Quem vê uma jovem linda, formada em Medicina e fazendo residência em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, que é reconhecido como um dos melhores da América Latina, nem imagina os sacrifícios e privações que ela pode ter passado na vida. As fotos de hoje mostram um sorriso de realização, conquistas, viagens e um dia a dia normal. Porém, por trás delas há uma história real. Uma história de princesa que nem sempre começa num castelo. 

 

A Katiele Mariani Cassol, 31, saiu do Dorasnal (interior de Cachoeira do Sul) decidida a escrever o seu destino e com o sonho inegociável de ser médica. Para uma menina criada no “interior”, este era um sonho muito ousado. Ela não estudou nas melhores escolas e para sua família bancar uma faculdade de Medicina era um desafio enorme. 

 

Sabemos que quem quer algo dá um jeito e quem não quer arruma desculpas. A segunda opção nem era cogitada por ela. “Eu estudava muito e quando não estava estudando eu fazia marmitas, doces e bolos para vender na faculdade e para os vizinhos do prédio. Falando em prédio, fui síndica do condomínio por três anos e isso me ajudou também com as despesas”, conta Katiele.

 

 

A saída de Cachoeira

Em 2012, Katiele se mudou para Santa Maria e fez cursinhos pré-vestibulares. Teve ajuda dos pais para se manter nesse período, e seu foco era integralmente nos estudos. Três anos depois, aos 21, foi aprovada na Universidade de Caxias do Sul. Por ser particular, utilizou financiamento estudantil para custear o curso. 

 

 

O Albert Einstein não foi de primeira 

No final de 2022, quando ela fez a primeira prova para residência em Medicina de Família, em São Paulo, no Hospital Albert Einstein, ela não foi convocada. “Chamaram os 18 primeiros colocados e eu era a 19ª. O processo seletivo fechou bem na minha cara! Então eu pensei: ‘Se eu fiquei na porta, é só estudar um pouquinho mais que no ano que vem a vaga é minha’”.

 

Ainda mais preparada, no ano passado ela conseguiu e finalmente iniciou a sua tão esperada especialização. “É indescritível a sensação de olhar para trás, ver de onde eu saí, e aonde eu cheguei. Do interior de Cachoeira do Sul, eu consegui estar hoje trabalhando em uma das maiores capitais do país e fazendo minha especialização em um hospital de excelência. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava estar aqui. Não porque duvidava da minha capacidade e dedicação, mas sim porque tudo isso era muito distante da minha realidade”, comemora.

 

 

FAMÍLIA


No Dorasnal: Katiele com o irmão Ângelo, a mãe Cleci e o pai Luiz Carlos

 

Katiele é casada com Bernardo Pinho Pereira e Souza, 36, que é consultor de investimentos. Ela é filha de Luiz Carlos, 67, e Cleci Maria Cassol, 64. É irmã do meio, e o irmão mais novo permaneceu trabalhando na área da agricultura. Embora seu pai também quisesse que ela seguisse cultivando as tradições da família no campo, seu coração já batia forte pela Medicina. “Desde pequena sempre falei que seria médica. Na minha família não tem médicos, minha mãe tem o ensino fundamental incompleto e o meu pai estudou apenas até o ensino médio. Mas eles sempre entenderam e apoiaram o meu sonho”, conta.  

 

 

Especialista em gente!


Em 2011, na formatura do curso Técnico em Enfermagem, no HCB

 

O médico de família, também conhecido como médico de atenção primária, é aquele profissional que acompanha o paciente em qualquer fase da vida, independente dos sintomas que apresente. Pesquisas afirmam que ele é capacitado para resolver mais de 80% dos casos que chegam até ele, sem precisar encaminhar o paciente para um especialista.

 

“Esse profissional é aquele médico que você pode recorrer sempre que precisar. Hoje em dia, com as especializações e subespecializações, você precisa procurar um médico diferente para cada problema. Se está com dor de cabeça, vai ao neurologista. Se suspeita de diabetes, vai ao endocrinologista. Se está hipertenso, vai ao cardiologista. E o médico de família consegue unir todo esse atendimento básico em um único local e um único profissional”, explica.






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