Doenças de verão
Saiba quais são e como preveni-las durante o ano
Você sabia que as altas temperaturas e a aglomeração em praias e piscinas podem desencadear diversos problemas de saúde? Curtir o verão é bom, mas melhor ainda é aproveitar essa estação com segurança.
A maior exposição ao sol também pode favorecer o aparecimento de diversas condições típicas, como virose, queimaduras, micose, intoxicação alimentar, entre outras. É claro que elas não são exclusivas do verão, mas costumam ser mais frequentes nesse período.
“Primeiramente, é importante ter atenção sobre a qualidade do local que estamos entrando em contato. A maneira mais simples de confirmar se a água e a areia estão contaminadas é verificando se a praia está sinalizada com bandeiras vermelhas e se há informações sobre a qualidade da água, indicando se ela está considerada própria ou imprópria para banho”, explica Valéria Dorneles Rodrigues, 40, médica infectologista.
“A dica de ouro é: sempre higienizar as mãos com água corrente e sabão, principalmente antes de ingerir alimentos ou ao tocar superfícies após contato com a areia”
Valéria Dorneles Rodrigues
Quebra de barreira
Contudo, ela destaca que o contato direto com a areia e a água não causa doenças por si só. O que acontece é que, muitas vezes, a areia pode estar contaminada por microrganismos, e se a contaminação alcançar a boca, os olhos ou outras mucosas, ou ainda se houver alguma lesão de pele que provoque quebra de barreira, isso pode causar infecções. Para prevenir, a recomendação é cobrir bem as áreas expostas por lesões com curativos e manter uma higiene adequada.
“Outro fato comum de ocorrer é crianças brincarem na areia e colocarem as mãos sujas na boca ou até mesmo ingerirem um pouco de areia. Em tais situações, o que recomendamos é observar o aparecimento de sintomas como febre, diarreia e náuseas e, caso surjam, procurar atendimento médico”, ressalta.
Prevenção o ano todo
Há outro fator que também precisa ser levado em consideração: a ingestão de alimentos ou água contaminados podem causar vermes intestinais. Por isso, a orientação é para que a prevenção ocorra durante todo o ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), grupos de pessoas com maior risco de adquirir parasitoses devem tomar remédios contra vermes periodicamente, especialmente crianças de 1 a 14 anos e trabalhadores com risco ocupacional, como mineradores e agricultores.
“Pessoas que moram em regiões onde as parasitoses atingem 20% da população devem tomar o vermífugo anualmente. Já quem mora em regiões com 50% de predominância dessas doenças, deve tomá-lo a cada seis meses”, afirma a médica. Além disso, o uso do vermífugo deve ser feito por todas as pessoas da casa, incluindo os pets. “Eles podem transmitir doenças para os humanos, e para evitar, é importante ter cuidados com a higiene da casa e dos animais, além de levá-los ao veterinário regularmente e medicá-los com vermífugos”.
Como saber se estou com vermes?
Alguns sintomas podem indicar, mas nem sempre a pessoa vai apresentar todos eles. Os mais comuns são: dores abdominais, enjoos, vômitos, cólicas intestinais, diarreia crônica, falta de apetite e disposição, anemia, fraqueza, coceira anal, perda de peso, sensação de fome incontrolável, problemas de pele (úlceras, erupções cutâneas, pele seca e eczema, urticária e lesões papulosas), alterações no humor e ansiedade, entre outros.
Cuidado com as roupas molhadas!
Valéria explica que o biquíni úmido pode ser o responsável por agravar doenças genitais, como a famosa candidíase. O calor e o suor em excesso favorecem o crescimento de fungos na região vaginal e a umidade prolongada propicia um ambiente para o desenvolvimento de microrganismos. “Uma forma de evitar esse desequilíbrio é não se sentar diretamente na areia, evitar permanecer com as roupas de banho molhadas por muito tempo e, sempre que possível, trocar a roupa e tomar um banho com água natural”, orienta.
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