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Reportagens Edição 187 - Março de 2024

Cigarro eletrônico


“Apesar dos efeitos nocivos, a popularidade é assustadora. Estudos mostram que 20% da população brasileira entre 18 e 24 anos já usou cigarro eletrônico”. Gustavo Homrich

Esta “moda” pode ser letal



Ele se tornou popular entre os jovens pelo seu design moderno e, principalmente, pelos apelos divulgados na internet de que não faz mal à saúde. O cigarro eletrônico, também conhecido como e-cig ou vape, é um dispositivo que vaporiza uma solução líquida contendo nicotina e outros aditivos, com o intuito de simular a experiência de fumar cigarros tradicionais.

 

Apesar da comercialização no Brasil ser proibida pela Anvisa, os cigarros eletrônicos são facilmente encontrados, e estudos recentes sugerem que os riscos associados ao seu uso são muito graves. Gustavo Köhler Homrich, 41, pneumologista e mestre em Ciências da Saúde, alerta para os malefícios que ele causa.

 

 

Do que é composto?

Os cigarros eletrônicos contêm nicotina, que é a substância responsável pela dependência. Eles são compostos pelo vaporizador, uma bateria, o reservatório contendo o líquido para ser inalado e por uma luz do tipo LED, que indica o acionamento do vaporizador. A substância presente no líquido é composta por nicotina diluída em outra substância (normalmente propileno glicol), além de aditivos como aromatizantes.

 

“Ao tragar em uma das extremidades, o líquido presente no reservatório é transformado em uma fumaça pelo vaporizador, permitindo a inalação da substância e sua chegada aos pulmões, onde é absorvida”, explicou Gustavo.

 

 

Riscos à saúde

A vaporização do líquido contido nos cigarros eletrônicos libera uma série de compostos nocivos.

 

Já foi identificada a presença de metais pesados, como ferro, níquel e alumínio, que podem causar enfisema pulmonar, fibrose pulmonar e câncer de pulmão.

 

“Outra substância encontrada é o formaldeído, reconhecidamente causador de câncer de pulmão, em concentrações de cinco a 15 vezes superiores às encontradas na fumaça de cigarros tradicionais. Ainda não se conhece os efeitos a longo prazo que podem decorrer do seu consumo, pois seu uso ainda é muito recente”, afirmou.

 

 

Venda proibida

O pneumologista acredita que a popularidade entre jovens vem de uma série de fatores: a aparência moderna do dispositivo, a praticidade do uso, o apelo de “não fazer mal”, os aditivos aromatizantes e o consumo de conteúdo em redes sociais, onde influenciadores digitais divulgam o uso de cigarros eletrônicos como algo inocente para a saúde, prazeroso e interessante.

 

“A comercialização é possível pela falta de fiscalização. A resolução que proíbe o comércio e importação dos dispositivos é de autoria da Anvisa, porém, a fiscalização fica a cargo das vigilâncias sanitárias locais. Não há lei que regulamente o uso individual dos dispositivos e o acesso a eles é fácil, tanto no comércio informal, como pela internet”, destacou.






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