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Reportagens Edição 185 - Dezembro de 2023

O que eu vejo no espelho?


Bárbara Wolff de Matos

A anorexia e os riscos para a saúde

 

A busca desesperada por uma “imagem ideal” tem extrapolado limites até então inimagináveis. Recentemente, a paulistana Luana Andrade, modelo e influenciadora digital de apenas 29 anos, morreu após complicações decorrentes de uma lipoaspiração nos joelhos.  

Segundo familiares, ela buscava dar fim ao lipedema (uma doença vascular crônica que causa o aumento desproporcional de gordura, provocando dor na região afetada). Mas ela também queria eliminar qualquer hipótese de estar fora dos padrões de beleza.  

Assim também age o distúrbio alimentar conhecido como anorexia. Conforme a psicóloga Bárbara Wolff de Matos, 29, a pessoa enxerga seu corpo a partir de aspectos subjetivos: forma e peso são supervalorizados e passam a ser o termômetro do próprio valor como pessoa. “É um paradoxo: quanto mais o ‘corpo perfeito’ é um lugar a ser conquistado, mais se torna um lugar a ser temido e evitado. É como se fosse um cabo de guerra em que o próprio sujeito está em todos os lados: é quem se puxa para um lado, é quem se puxa para o outro e, ainda, é quem está no meio da corda, sendo puxado por todos os lados”, contextualizou. 

 

Qual é o limite? 

A profissional explica que, para a pessoa com anorexia, é difícil observar limites, havendo, inclusive, um distanciamento entre a imagem corporal real e a autoimagem; o que leva à rigidez nos comportamentos, como por exemplo, o excesso de exercícios físicos, o uso de laxantes e restrições alimentares. “Aquele ‘corpo perfeito’ a ser alcançado fica cada vez mais longe, retroalimentando os ciclos de distorções e de ações autodestrutivas. O limite não é o da pessoa com anorexia, mas sim, o de sua própria vida”, alertou. 

 

Tratamentos 

De acordo com Bárbara, é importante que os profissionais envolvidos no tratamento não se restrinjam apenas às condições isoladas do diagnóstico, e, sim, contemplem todos os aspectos que estão levando ao sofrimento do paciente. “O acolhimento à pessoa é o ponto mais importante. Além dela, é imprescindível acolher também a família. Tratando-se da psicoterapia, sobretudo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a relação de confiança entre terapeuta e paciente é o tabuleiro onde todas as peças serão movidas”, afirmou.   

 
Qual é o limite? 
 
A profissional explica que, para a pessoa com anorexia, é difícil observar limites, havendo, inclusive, um distanciamento entre a imagem corporal real e a autoimagem; o que leva à rigidez nos comportamentos, como por exemplo, o excesso de exercícios físicos, o uso de laxantes e restrições alimentares. “Aquele ‘corpo perfeito’ a ser alcançado fica cada vez mais longe, retroalimentando os ciclos de distorções e de ações autodestrutivas. O limite não é o da pessoa com anorexia, mas sim, o de sua própria vida”, alertou. 
 
 
Tratamentos 
 
De acordo com Bárbara, é importante que os profissionais envolvidos no tratamento não se restrinjam apenas às condições isoladas do diagnóstico, e, sim, contemplem todos os aspectos que estão levando ao sofrimento do paciente. “O acolhimento à pessoa é o ponto mais importante. Além dela, é imprescindível acolher também a família. Tratando-se da psicoterapia, sobretudo a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a relação de confiança entre terapeuta e paciente é o tabuleiro onde todas as peças serão movidas”, afirmou.   
 
 
Como frear? 
Para a profissional, o bombardeamento de imagens traz o sério risco de interpretarmos que aquilo que vemos é, de fato, a regra. Por isso, é necessário estar atento ao conteúdo seguido e observar dentro de si mesmo, o que acontece durante e após o acesso a essas imagens.  
 
“O autoconhecimento é o único freio existente. Percebo que nesta busca pela estética perfeita, há apenas um ‘eu’, o ‘eu-corpo’, que desconsidera todos os demais: o emocional, o valorizado, o espiritual. Ao crescermos, vamos nos interpretando, não a partir do nosso reconhecimento próprio, mas daquilo que já ouvimos dos outros sobre nós”, considera. 
 
 
Como se reconhecer nesta condição? 
 
A psicóloga ressalta que, normalmente, o tratamento inicia por parte da família ou de pessoas próximas. Neste momento, o paciente já passou pela barreira mais difícil, que é aceitar e entender sua condição atual. “Mas é importante destacar que saber sobre a necessidade de se tratar não é suficiente para aderir ao tratamento. Há emoções difíceis junto ao saber, como o medo e, se não houver um trabalho no autoconhecimento, a pessoa pode agir em função da emoção e passar a querer controlá-la”, disse.  





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