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Reportagens Edição 181 - Agosto de 2023

Ozempic emagrece?


“É possível fazer o uso do Ozempic de forma segura e promover um emagrecimento de qualidade. Porém, é fundamental ter acompanhamento e orientações de um médico, além de hábitos saudáveis, para que então, a perda de peso aconteça de forma segura e sustentá

As canetas para tratar diabetes viraram febre para perder peso 

 

 

Basta digitar no Google a palavra “Ozempic”, para logo surgirem as dúvidas mais buscadas pelas pessoas na internet: “Quantos quilos emagrece em um mês com Ozempic?” ou “o que o Ozempic faz para emagrecer?”.  


O assunto se popularizou após o medicamento, administrado por meio de uma caneta injetável e aprovado para o tratamento do diabetes tipo dois, ser relacionado pelos pacientes com a perda de peso.  


Os relatos se dão porque o princípio ativo da medicação é a semaglutida, uma forma sintética do hormônio GLP-1, que sinaliza para o cérebro quando uma pessoa está saciada, imitando um hormônio ligado ao apetite e à alimentação. Isso ajuda a estimular a produção de insulina e, assim, a diminuir os níveis de glicose no sangue. Por conta deste mecanismo, quem usa o remédio sente menos fome e, consequentemente, se alimenta menos e então emagrece.  

 

População obesa  
Obesidade, diabetes e a busca pelo emagrecimento: todos esses fatores se conectam. A obesidade e o sobrepeso são as principais causas que levam à diabetes tipo dois e, por óbvio, o desejo de quem sofre com essa doença é ter uma saúde melhor e hábitos de vida mais saudáveis.  


Mas o assunto é mesmo motivo de preocupação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, existem mais de 20 milhões de pessoas obesas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também estima que até 2030, mais da metade da população mundial será obesa. “Além de todas as consequências causadas à saúde pelo acúmulo de gordura no organismo, o excesso de peso pode trazer, ainda, prejuízos para as relações pessoais e profissionais, pois essas pessoas são mais propensas à depressão e ansiedade, segundo alguns estudos”, afirmou a endocrinologista Pâmela Moraes, 32. 

 

Tratamento para obesidade x diabetes 
Independente da condição, uma coisa é indiscutível: qualquer medicação para emagrecer só deve ser utilizada com acompanhamento médico. Isso porque tanto a dosagem, quanto a escolha do medicamento, só serão definidas após uma avaliação detalhada, já que cada caso exige uma condução diferente.  


Pâmela explica que os medicamentos mais utilizados ajudam a pessoa a reduzir o apetite ou auxiliam no processo de tratamento de uma compulsão alimentar, por exemplo. “Também há quadros depressivos ou de ansiedade generalizada que fazem a pessoa comer mais, então a escolha da melhor medicação recaí sobre o fator primordial que levou ao ganho de peso”, disse.   


Conforme a profissional, a perda de peso excessiva, proporcionada por dietas extremamente restritivas e pelo uso incorreto de medicamentos pode levar à desnutrição e a sarcopenia (falta de força muscular), já que a pessoa, quando deixa de comer, pode não ingerir as vitaminas, minerais e proteínas suficientes de que o corpo precisa para funcionar bem. 

 

Ozempic e o uso consciente 
O uso do Ozempic e outros medicamentos para emagrecer não é novidade no Brasil. Inclusive, eles são recomendados e podem ser aliados importantes no processo de buscar uma vida mais saudável para o paciente. Porém, o que tem causado preocupação é a alta procura por pessoas que fazem automedicação e uso indevido dos remédios. Nos Estados Unidos, o uso fora da bula se tornou tão comum que foi mencionado até no Oscar deste ano.


“No Brasil, a popularidade do produto já está afetando a disponibilidade do remédio em algumas farmácias. É importante ressaltar que, nenhum remédio para diabetes no Brasil tem venda controlada; e impor restrições à compra tornaria difícil a aquisição por parte dos pacientes que de fato necessitam do seu uso”, destacou a endocrinologista.  


Quando usadas incorretamente, essas medicações apresentam efeitos colaterais comuns, como sintomas gastrointestinais que envolvem náuseas, diarreia, vômitos, constipação e azia. Além disso, há pessoas que apresentam reganho de peso quando param de usar o remédio, justamente por não mudarem aquilo que é essencial dentro do seu estilo de vida. “Com todas essas desinformações, muita gente acha que a medicação é perigosa e faz uso dela apenas por curto prazo. Depois, volta a ganhar peso e acaba culpando o remédio”, contou.  

 

Cuidado com o que dizem por aí! 
Recentemente, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou que está investigando medicamentos como o Ozempic e o Saxenda, após três pacientes, na Islândia, terem sinalizado pensamentos de suicídio e automutilação após o seu uso.  


Para Pâmela, no entanto, é importante considerar que os estudos para comercialização dessas medicações englobaram milhares de pacientes e já demostraram segurança em seu uso, não estabelecendo nenhuma associação a pensamentos suicidas.  


“A própria obesidade já é uma doença muito relacionada a distúrbios psiquiátricos. Mas isso só reforça o fato de que essas medicações não devem ser usadas de forma inconsequente, sem prescrição e acompanhamento médico”, declarou. 






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