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Reportagens Edição 177 - Abril de 2023

Filho de peixe… tubarão é!


Roberta Freitag Rohde, 42, advogada e corretora de imóveis na Rohde Imóveis

Herdeiros que fazem jus ao legado

 

 

Por obra do destino ou por despertar o interesse já desde criança, muitos filhos acabam assumindo a administração dos negócios da família. Essa é uma prática bastante comum, mas que não significa que a engrenagem continuará girando perfeitamente sob o comando de uma nova geração. Aliás, muito pelo contrário: coragem, dedicação e força de vontade são requisitos básicos para que os herdeiros assumam o desafio com sucesso.   

 

E foi assim, integrando-se aos poucos nos projetos de vida de seus pais, que os protagonistas das histórias desta reportagem foram conquistando seus espaços. Hoje, à frente dos negócios e com seus olhares inovadores, eles se enchem de orgulho ao carregar o nome, a bagagem e a essência familiar em suas profissões. 

“Desde pequena sempre participei e admirei a trajetória profissional do meu pai. Nas férias, eu adorava ficar de secretária no escritório. Por isso, me interessei em cursar Direito e seguir os passos dele. 

 

Quando me formei, trabalhei como advogada durante dois anos em Porto Alegre, e, então, decidimos abrir a Imobiliária Rohde aqui em Cachoeira do Sul. Meus avós paternos sempre investiram em imóveis e meu pai advogava para a maioria das imobiliárias da cidade. Os primeiros imóveis que administramos foram os familiares. 

 

Com o tempo, fomos crescendo, aumentando nossa carteira de clientes e nos tornando também investidores. O meu maior motivo de orgulho é estar crescendo profissionalmente junto com a minha família e administrando a empresa junto com o meu pai e minha irmã. Somos uma família muito unida em todos os sentidos!  

 

Meu pai aceita muito bem as nossas opiniões mais modernas e nos serve com toda a experiência que ele tem! Ele me dá ‘carta branca’ para muitas decisões e realmente temos uma troca muito grande. 

 

Gostaria que os meus filhos e minha sobrinha, mesmo que tenham outras profissões, também seguissem nessa área e dando continuidade ao nosso legado, pois, com certeza, o mercado imobiliário é um dos mais seguros para se investir”.
Roberta Freitag Rohde, 42, advogada e corretora de imóveis na Rohde Imóveis 

 

 

“Era totalmente nítido, desde criança, que eu seguiria os passos da minha mãe, já que eu a ajudava desde nova. Comecei ‘brincando de embrulhar presentes e dobrar roupas’. Na adolescência já vendia para nossas primeiras clientes, que se tornaram grandes amigas!   

 

Minha mãe sempre me vestiu de uma forma moderna, assim como ela. Mas eu não ligava para a moda. Com o tempo fui criando uma intimidade natural. Sigo a Marly Maison com minha mãe me dando forças até hoje, nunca estou sozinha. Quando peço para ela me ajudar, ela me ajuda. É muito bom ser filha de uma mulher tão querida e saudosa por tanta gente!  

 

Hoje, com três lojas na cidade, conto com a ajuda dos meus filhos para seguir esse legado, mas também sempre tive muito apoio de amigas especiais. Acredito que quanto mais o tempo passa, mais motivação encontramos para continuar a Marly Maison, onde a palavra ‘família’ é o capítulo inicial desta história”. 
Sílvia Minssen Giuliani, 60, empresária na Marly Maison 

 

 

“Eu nunca tive pretensão de assumir a empresa da família. Minha juventude foi focada em ser atleta profissional, mas as coisas foram acontecendo naturalmente. Por motivos de saúde do meu pai, que foi diagnosticado com câncer de próstata, acabei retornando de Porto Alegre, onde estudava, e transferindo a faculdade para Santa Cruz do Sul. Na época a empresa contava com apenas três funcionários. 

 

Meu pai trabalhou a vida toda como marceneiro, e, depois de aposentado, conseguiu abrir a própria marcenaria. Minha irmã, Ana Paula, com apenas 14 anos na época, era quem ajudava na empresa, e a minha mãe era quem fazia os serviços de banco. Mais tarde minha outra irmã, Valéria, chegou a dar um suporte na empresa também. O início foi bem amador, o que acredito ser a realidade da maioria dos pequenos negócios familiares.  

 

Quando a antiga empresa estava em processo de encerramento das atividades devido ao tratamento do meu pai, eu, que já estava atuando na área da arquitetura, enxerguei o potencial daquele ramo. Decidi abrir minha própria empresa no mesmo segmento. Mais tarde, além das esquadrias de madeira, passamos a fabricar móveis projetados. Hoje já contamos com 14 funcionários.  

 

Para mim, é muito importante seguir um sonho do meu pai (e que agora também é meu sonho). Ele é um grande exemplo de coragem e determinação! Hoje estou à frente do negócio, gerenciando o setor de projeção e execução dos móveis, e conto com o suporte da minha irmã, Ana Paula, na gestão do setor de esquadrias. Mas meu pai ainda atua na produção das esquadrias.  

 

No início, confesso que encontrei bastante resistência no processo, o que gerou alguns atritos. No entanto, hoje é mais fácil concordarmos com as decisões, pois entendemos que para uma empresa crescer e dar certo, todos precisam estar na mesma sintonia. Não pretendo cobrar que meu filho ou meus sobrinhos sigam esse legado. Quero que sejam livres para conquistar seus próprios sonhos. Porém, se for da vontade deles, darei todo suporte necessário – além, é claro, de sentir muito orgulho disso”.
Mateus Melo de Moraes, 37, arquiteto e empresário, CEO da D’Melo Esquadrias e Móveis 

 

 

“Apesar de desde cedo eu frequentar a empresa, meus pais sempre deixaram claro que estudar era prioridade. Com uns 12 anos comecei a ter algumas responsabilidades, como atender ao telefone, varrer o galpão, alcançar ferramentas... Quando não havia compromissos do colégio, essa era a minha missão. Confesso que, na época, não parecia muito agradável. Mas com o tempo acabei pegando o gosto. 

 

Hoje atuamos em conjunto na empresa. Meus pais formam o que chamamos de ‘conselho de gestão empresarial’, e a minha administração tem o respaldo deles. Toda mudança sofre algum tipo de resistência, não é do dia para a noite que as coisas acontecem. Por isso, todas as ideias que temos são implementadas gradualmente e em conjunto. 

 

Percebo que a responsabilidade é gigante. A história da Bulsing foi construída através de muito suor e dedicação de pessoas que se privaram de muitas coisas para fazer acontecer. É o nome da minha família, é o que meus pais construíram. Dar continuidade a esse legado e fazer a empresa crescer cada vez mais é o meu maior orgulho. 

 

No entanto, gerir uma empresa no Brasil não é simples, não é fácil e não tem o glamour que muitas pessoas pensam. Admito que seria um sonho ver nossos negócios tendo continuidade dentro da família, porém, quero que as próximas gerações sejam felizes e tenham a liberdade de decidir os rumos que a empresa deve tomar”. 
Bulsing BULSING, 31, engenheiro civil e sucessor da Bulsing Terraplanagem






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