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Reportagens Edição 175 - Janeiro e Fevereiro de 2023

Vivendo sobre rodas


“Muitos relatam que gostariam de fazer algo assim nas suas vidas. Isso nos deixa envaidecidos com a sensação de que é possível concretizar sonhos”. Maria Élida Machado e Gilberto Paixão

Casal curte a aposentadoria em um motorhome 

 

 

O que leva um casal de aposentados, já com os filhos criados, uma vida tranquila e estabilizada, a se aventurar em busca de novos desafios? Maria Élida Machado, 64, enfermeira e professora universitária, é natural de Cachoeira do Sul. Aqui, ela trabalhou no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB), onde ajudou a implantar a UTI adulto e a UTI neonatal, além de fazer parte das equipes responsáveis pela implantação do SUS no município.   

  

Morando em Porto Alegre desde 1997, a cachoeirense conheceu Gilberto Paixão, 71, nos chats de bate-papo na internet. Ele, que é natural de Niterói, no Rio de Janeiro, iniciou a faculdade de Engenharia de Produção na década de 1970, mas teve que interromper os estudos para trabalhar, conseguindo concluir quando completou seus 60 anos de idade.   

  

“Após uma noite inteira conversando, nos encontramos para caminharmos no Parque Moinhos de Vento, na capital. Continuamos caminhando juntos até hoje. O curioso é que nunca tínhamos nos visto, nem em fotos, ou falado ao telefone. Tivemos que acertar um local, um horário e a roupa que vestiríamos para nos reconhecermos. Somos divorciados de nossos primeiros parceiros, com os quais tivemos cinco filhos. Eu, dois, e Gilberto, três. Esses filhos nos deram queridos cinco netos”, diz Élida.  

 
 
Parada em Cambará do Sul   
 

“Um novo viver no envelhecimento”  
 
Eles contam que a insegurança vinda da pandemia – associada ao estresse do processo de aposentadoria – provocou reflexões importantes sobre a finitude da vida e as possibilidades de construir um novo viver no envelhecimento. Questionamentos, como “para que uma casa enorme, que só enche de gente uma ou duas vezes por ano?”, também surgiram.   
  
“Decidimos que, se saíssemos inteiros desse processo, trilharíamos novos rumos. Percebemos a degeneração do nosso corpo e mente trazidos pela idade, esbarramos num monte de objetos, móveis e utensílios de que não precisamos mais. Fomos, então, seduzidos pela ideia de morar num motorhome. Gilberto na direção e manutenção do carro, e, eu, na administração da casa. Juntamos o que tínhamos de grana e investimos no projeto Trilhando Vida para nos colocarmos em movimento, conhecer lugares e pessoas diferentes”, explicam.   
 
 
Visita a Cachoeira, em outubro do ano passado   
 
 
“Casinha” com conforto  
 
As viagens começaram em maio de 2022 pela região sul do Brasil, e a meta é revisitar todo o país e a América do Sul. Os passeios são compartilhados nas redes sociais como forma de inspirar outras pessoas. Apelidado de “casinha”, o motorhome tem os pequenos confortos que o casal não abre mão: uma cama confortável, estrutura para cozinhar e um bom vinho para beber à noite. E isso não é desculpa para deixar de cuidar da saúde! O personal orienta os treinos e as ginásticas do casal virtualmente. Enquanto isso, a “casa grande”, como eles chamam, é a residência que fica em Porto Alegre, visitada entre um destino e outro.   
  
Mas seria romantismo demais dizer que tudo são flores. A vida sobre rodas também tem os seus perrengues. O casal conta que um deles foi quando viram de perto o deslizamento de uma encosta na estrada da serra, entre Curitiba e Joinville. “Ficamos várias horas parados sem saber o que tinha acontecido, pois não pegava internet na região. Depois de enfrentar chuva direto e encostas perigosas para retornar, nos demos conta de que estávamos muito perto do local do ocorrido. Por muito pouco seríamos envolvidos no deslizamento”, relembram.   





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