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Reportagens Edição 174 - Dezembro de 2022

Vida sexual


“É importante se informar e conversar sobre o assunto, sempre nas três perspectivas: a sua sexualidade, a da outra pessoa e a de vocês, quando estão juntos”. Julyelle Conceição

Detalhes que interferem na hora do prazer

 

 

Não é novidade para ninguém – e nem para você, leitor, que está se deparando agora com esse conteúdo – que as pessoas em geral têm dificuldade em falar sobre sexo. Um dos motivos é que o assunto ainda carrega o rótulo de tabu: algo inapropriado, sujo ou considerado pecado. O que talvez você não saiba é que deixar de falar sobre isso pode interferir e muito na sua satisfação sexual.  

 

De acordo com Julyelle Conceição, 35, psicóloga, sexóloga e terapeuta de casais, conhecer melhor a si mesmo, sem julgamentos, é o primeiro passo para caminhar em direção a uma vida sexual mais plena. “Para isso, é preciso buscar conhecimento, mas sem esquecer que conhecimento, por si só, não é tudo. Ele é parte de uma vida sexual mais satisfatória, e, para alcançar esse estágio, você ainda vai precisar identificar como esse conhecimento faz sentido na sua vida sexual”, diz.  

 

 

Prazer sem penetração  

Segundo a especialista, apenas cerca de 30% das mulheres relatam que conseguem chegar ao orgasmo com penetração. Ou seja, essa dificuldade é muito comum. Isso porque na penetração há a estimulação do clitóris pelo pênis, mas de forma indireta, o que muitas vezes não é prazeroso. Por isso, é importante considerar outras formas de estimulação do clitóris: com o pênis e sem penetração, a chamada fricção, com uma estimulação combinada entre penetração e a masturbação ou penetração e um brinquedo sexual, dentre outras possibilidades. “Outro fator importante é que se as relações sexuais acontecem frequentemente sem prazer e sem orgasmo, pode acabar surgindo uma disfunção sexual: a inibição do desejo sexual feminino, onde a mulher tem a diminuição ou perda do desejo sexual. 


 

Estimulação anal 

Julyelle desmistifica a relação da orientação sexual das pessoas com o comportamento sexual que elas adotam. “Qualquer pessoa, independente da orientação sexual, pode sentir prazer ao estimular o ânus. Um homem não pode ser considerado homossexual por isso. Mas acontece que o prazer sexual e o orgasmo masculino ainda estão muito focados no pênis em detrimento de outras partes do corpo. E, assim, surgem os estereótipos que acabam limitando o prazer sexual dos homens”, explica. 


 

Preste atenção na dor 

A dor serve para alertar que algo não está bem. E, no sexo, pode estar sim machucando o local, causando ferida ou fissura. No entanto, é preciso ter cuidado com produtos que afirmam diminuir a dor e dessensibilizar o ânus, no caso do sexo anal. “Sem sentir dor, você deixa de cuidar daquela região, o que pode ocasionar algo mais grave, como ardência e desconforto, aumentando, inclusive, o risco de infecções se houver uma fissura. No caso de sexo anal com penetração, o ideal é usar lubrificante a base de água. O plug anal também pode ajudar, pois dilata o ânus e facilita a penetração. De qualquer forma, se tiver dor, é melhor parar e verificar o que é possível fazer, como mudar de posição”, alerta.  

 

 

Mito ou verdade

“Uso de vibrador alarga a vagina”.  

Mito, assim como o alargamento devido à penetração por um pênis considerado um pouco maior. “Várias alterações acontecem no corpo da mulher quando ela está excitada sexualmente, como aumento da frequência cardíaca, mamilos eretos e lubrificação no canal vaginal. A vagina, que possui cerca de 8 cm a 9 cm de comprimento, relaxa e se alarga. Mas, após a relação, todo o corpo volta ao que era antes”, garante.

 

“Ficar sem transar faz perder a vontade”. 

Verdade! Julyelle afirma que isso é comum em relacionamentos longos, já que a dinâmica muda e aquele desejo espontâneo acaba não aparecendo. “O casal pode estar morando junto e dividindo responsabilidades, como boletos e filhos. Então, o que antes era mais divertido, sem compromissos, agora envolve rotinas, problemas familiares e financeiros. Sendo assim, esperar o desejo vir pode ser um tiro no pé”, diz.  Nesses casos, a sexóloga sugere o sexo intencional, ou seja, um dos parceiros estimular a aproximação, a fim de aumentar as chances de que a outra pessoa responda. “Assim como a gente planeja o que fazer pra se divertir no final de semana, sabe? Essa intenção pode ser de forma mais indireta, reservando um tempo só do casal. Tem que rolar sexo? Não necessariamente. Mas as chances aumentam significativamente quando se reserva mais tempo juntos”, destaca. 






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