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Reportagens Edição 172 - Outubro de 2022

A história da Bruna


“O diagnóstico precoce salva vidas. O tratamento contra o câncer de mama não é fácil, mas os índices de cura são muito altos e é nisso que temos que acreditar”. Bruna de Souza Quadros

Bruna venceu o câncer de mama 

 

 

As tempestades, às vezes, vêm sem avisar. E se a maré não está a favor, são grandes as chances de o barco virar. Para Bruna de Souza Quadros, servidora pública, a notícia chegou em dezembro de 2021, aos seus 36 anos. Um sangramento na mama esquerda foi identificado por ela mesma, o que a fez procurar orientação médica. Primeiro, foram os exames e, depois, a biópsia que confirmou um dos resultados mais temidos: a existência de um carcinoma mamário. Bruna, que não tinha histórico da doença na família, passou a ser mais uma, entre tantas mulheres, vítimas do câncer de mama.    

 

“Quando recebi o diagnóstico, só pensava na minha filha, Martina. Não me senti revoltada, pensando no porquê de aquilo ser comigo. A única coisa que pensava era que tinha que lutar e que Deus tinha um propósito na minha vida com essa doença”, lembra. Bruna não estava sozinha nessa batalha. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), de 2020 pra cá, cerca de 66 mil novos casos foram identificados no Brasil. 

 

Com a confirmação do diagnóstico, uma nova e delicada etapa se iniciava na vida de Bruna. Seria preciso remar com ainda mais força contra a correnteza que ameaçava balançar a embarcação chamada de vida. Ela deu início às quimioterapias, pois sabia que não havia tempo a perder. Foram oito sessões e, 15 dias após a primeira, ela viu seu cabelo começar a cair. “Quando perdi as pencas de cabelo, meu marido me encorajou a raspar a cabeça. Ver os cabelos no chão nos causava muito sofrimento. Antes disso, eu já havia comprado turbante e lenços para começar a usar em casa. Tudo para que a Martina não estranhasse, e ela não me estranhou em nenhum momento. Até então, esse era o meu maior medo”, conta.  

 

Bruna diz que encarou a condição da perda do cabelo, dos cílios e da sobrancelha como algo natural, que fazia parte do tratamento. “É claro que ninguém gosta de ficar assim, inchada e debilitada, mas pensava que tinha que viver um dia de cada vez. Se estava bem, aproveitava para realizar tarefas do dia a dia, levar a filha no colégio e ir na academia. Se em outros dias acordava cansada, me permitia ficar descansando, sem cobranças”.

 

 

“Antes do câncer, vivia fazendo planos, hoje, vivo o presente” 

Bruna sempre foi rodeada de muito amor e atenção desde a parte mais dolorosa do tratamento até os dias de hoje. Sua família, sem dúvidas, é o motivo mais especial da sua persistência. “Meu marido, Fábio, me acompanhou em todas as quimioterapias. Meus pais estiveram comigo nas consultas. Minhas avós, presentes no carinho diário, e a minha filha, sendo sempre a maior incentivadora para que eu permaneça de pé”. 

Passados 10 meses da descoberta, Bruna enxerga a longa travessia que já percorreu. Encerrou em maio as sessões de quimioterapia, mas ainda segue afastada do trabalho, em licença saúde. Ela faz tratamento com hormonioterapia e já realizou a cirurgia de adenomastectomia, que consiste na remoção de toda a glândula mamária.  

Periodicamente, faz os exames de controle da doença. “Antes do câncer, eu já fazia todos os exames regularmente. Agora, tenho mais cuidado ainda com a saúde, especialmente com a atividade física. Vivo o presente, agradecendo a Deus pela oportunidade de mais um dia. E, quem sabe, poderei contribuir ajudando outras mulheres a passar por esse tratamento tão doloroso, compartilhando a minha experiência de fé e esperança na cura do câncer”, diz. 






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