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Reportagens Edição 168 - Junho de 2022

Divórcio sem traumas


“É preciso ficar atento aos sinais que os filhos vão manifestando nas primeiras semanas após o rompimento do casal”. Taramis Sartorio.

Como contar aos filhos sobre a decisão de separar 

 

 

É claro que ninguém casa pensando em separar. Mas se o casamento chega num momento em que não dá mais certo, ninguém é obrigado a permanecer junto. A separação, por si só, já é uma decisão delicada. E o momento de comunicar isso aos filhos pode tornar o processo ainda mais doloroso. Mas, de qualquer forma, essa é uma atribuição que não dá pra fugir: é preciso clareza, sinceridade e um diálogo franco com eles.   

 

A psicóloga Taramis Sartorio, 31, ressalta que é extremamente importante que a informação seja dada pelos pais, nunca por terceiros. “É preciso ter paciência e entender os sentimentos que os filhos podem apresentar diante deste rompimento. A maneira menos dolorosa é quando os pais são maduros o suficiente para conversarem junto com os filhos sobre a separação e nunca levantarem culpados para o fato, evitando criar ‘vilões’. Melhor ainda é quando eles abrem um espaço para escuta, para que os filhos possam compartilhar seus medos, angústias e receios”, pontua.  

 

No entanto, a forma como a decisão é comunicada não é garantia de que ela será bem aceita. São comuns os casos em que os filhos apresentam algum tipo de negação, precisando, inclusive, de acompanhamento psicológico. Segundo Taramis, existem situações em que os filhos aceitam inicialmente, mas, depois, regridem em suas atitudes. Já outros vão aceitando aos poucos a nova configuração familiar.  

“Alguns adolescentes reagem com oposição, e não é raro escolherem um ‘lado’ dentro do rompimento ou ele próprio colocar a responsabilidade em si”, afirma. Por isso, a psicóloga orienta aos pais a não criarem expectativas de uma futura reconciliação se isso não for, de fato, o objetivo de ambos. “Também é importante não falar mal do ex-companheiro e não usar o filho como espião para saber da vida do outro. Incentive-o a falar sobre seus medos, dúvidas, dores e confusões. Desta forma, é possível descobrir uma maneira de passar pela dor do término e redesenhar a nova configuração da família”. 

 

Além de lidar com uma separação que, muitas vezes, é repentina aos olhos dos filhos, é preciso ainda se preparar para um possível novo relacionamento dos pais. Nessa hora, Taramis afirma que apressar o processo pode ser uma tragédia na construção da relação do novo companheiro(a) com o filho. “Os adolescentes, em especial, têm acesso a tudo na vida on-line e sempre existe a chance dele saber do relacionamento pelo celular ou por terceiros. É preciso ser honesto e deixar fluir de maneira leve e natural”.  


 

 

E se o novo relacionamento for homossexual? 

Em uma época em que se discute cada vez mais sobre diversidade de gênero, é comum descobrir e assumir uma orientação sexual diferente daquela que vinha sendo vivenciada. Muitas vezes, isso acontece após o término de um relacionamento longo, onde a pessoa sente-se livre para ter novas experiências.   

 

“Certamente, pode ser gerado um trauma maior se seu filho descobrir a informação por outras pessoas ou se viver sob a sombra de uma desconfiança. Para comunicar essa mudança, é preciso falar sobre afeto. Escolha um momento que você esteja sozinho com ele e abra seu coração. A recomendação é que a conversa sobre a sexualidade aconteça antes mesmo da apresentação do novo companheiro, para que a aceitação da terceira pessoa seja mais leve e o jovem esteja mais receptivo. Entenda que pode gerar estranhamento de princípio, mas que com o tempo e compreensão vocês vão juntos encontrar o caminho da aceitação e da confiança”, orienta.  






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