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Reportagens Edição 156 - Maio de 2021

Estrangeirismo


Mohamed FallouFall e Amadou Secka se sentem em casa em Cachoeira

Estrangeiros e descendentes relatam chegada na cidade

 

Que Cachoeira é uma cidade extremamente rica culturalmente já sabemos. Porém, a Linda resolveu mostrar histórias de como foi a chegada, adaptação e os desafios que enfrentaram e enfrentam os estrangeiros que escolheram viver aqui. 

 

Africanos em Cachoeira

Imagine chegar a uma terra totalmente nova, sem saber falar o idioma local e começar a trabalhar? Foi isso que três senegaleses e um gambiano enfrentaram. A Linda conversou com dois deles, Mohamed FallouFall e Amadou Secka. Eles contam que vieram para o Brasil em busca de trabalho, com foco em dar uma vida melhor para suas famílias. Alguns deles já possuem lojas na cidade, outros são ambulantes no centro, mas estão batalhando para crescer. A cidade acolheu-os e não pensam em ir embora, principalmente por causa da tranquilidade e amizades que fizeram aqui. A principal delas é Vania Oliveira, a quem eles chamam carinhosamente de “mama África” em forma de gratidão, pois foi ela quem os acolheu e ajudou na adaptação com aspectos locais. 
 

O grupo mantém todas as tradições possíveis, principalmente as religiosas, como as orações. Claro que também há o vestuário e a língua que não abandonaram, além da culinária. Para eles, a parte mais difícil é superar a falta que sentem da família.

 

Família de sírios

A família de José Otávio é a única descendente direta de sírios na cidade. 

 

Era uma vez a história de dois casais sírio-libaneses que não se conheciam e que vieram fugidos da Primeira Guerra Mundial para o Brasil. Sem saber ao certo qual seria o destino, acabaram parando em Cachoeira do Sul. Um dos casais, Taufik e Nagibe Germanos, ficou à beira do rio vendendo bananas, mas logo passou a se dedicar ao transporte de mercadorias. Afinal, o casal viu que as pessoas não tinham como ir para o centro da cidade com bagagens. O segundo casal, Paulo e Alice Rosek, acabou abrindo uma loja de roupas. 
 

Após muitos anos, os filhos desses dois casais, Octávio e Ivone, acabaram se apaixonando. Como fruto dessa relação, nasceu o prefeito José Otávio Germano, 58, na política há 32 anos, e seus irmãos. Eles ainda conservam muitas tradições, um exemplo é a culinária que está sempre presente. Além disso, são uma família bem religiosa. Na infância, José Otávio conta que percebia que as demais crianças não tinham tantos hábitos religiosos como ele. Os pais falavam o idioma de origem, mas ele se lembra apenas de algumas frases, as quais faz questão de recordar com muito carinho. 

 

Cultura japonesa na cidade

Beth tornou-se hoje uma referência na cidade com sua floricultura.

 

Ceiko Terada Kannom, mais conhecida como Beth Flores, 62, é descendente de japoneses. Seus pais vieram para o Brasil em 1957. A viagem de navio até o país durou dois meses, o suficiente para o casal se conhecer e se apaixonar. Desta união, nasceu Beth e mais três irmãos. No início, moravam em Uruguaiana, mas, em 1979, a família mudou-se para Cachoeira do Sul.
 

No ano seguinte, a florista, que está no mercado há 25 anos, se casou com o também descendente de japoneses Reonaldo Youiti Kanno, 61, e tiveram dois filhos, Fábio, 32, e Alex, 35. Apesar de estranharem muitas coisas no início, como o idioma e a diversidade cultural, adoraram o Brasil. Na culinária, eles mantêm a tradição ensinada pelos pais. “Nosso arroz é sem sal e sem gordura e usamos pouco tempero”, conta Beth. Ela adora usar seu quimono e diz que em velórios, no lugar de flores, o costume é enviar para a família um envelope com dinheiro. 

 

Descendência palestina

Carim aprendeu com seu pai os truques da culinária árabe

 

Fugido da Guerra dos Seis Dias ou Terceira Guerra árabe-israelense, travada em 1967, Mahmud Jumah Sharif, de caixeiro viajante, tornou-se imigrante no Brasil. Após chegar e ver que o país era um lugar adequado para morar com sua família, trouxe os demais integrantes. Mahmud manteve suas tradições e sempre foi um apaixonado pela culinária árabe. Essa paixão passou para o seu filho, Carim Sharif, 48, que se profissionalizou no ramo.
 

O empresário não segue tanto os costumes familiares, mas honra sua cultura através do tempero de sua comida. “Meu sonho é que acabe de vez o conflito entre Palestina e Israel, pois precisam de paz”, conta.






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