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Reportagens Edição 139 - setembro de 2019

Filhos do campo


Cachoeirenses que seguem os passos dos pais no meio rural

 

 

Mathias Walter, junto do pai Paulo Sérgio: “Objetivo é levar o legado da família adiante”

 
Os pais são grandes exemplos para os filhos, sendo a nossa primeira referência social, cultural e comportamental no mundo. Portanto, é comum que as crianças copiem deles, além do modo de falar e andar, os hábitos e atitudes de vida. Para quem nasceu e cresceu no interior, os filhos não só aprendem com os pais os valores pessoais, mas também assumem as rédeas do trabalho, sendo, muitas vezes, responsáveis por dar continuidade a um legado familiar, o que faz com que muitos deles se especializem nas áreas dos pais para se dedicarem à lida no campo. Conversamos com três cachoeirenses que são exemplos disso. Confira!  

 
TRADIÇÃO DE FAMÍLIA
Agropecuarista há seis anos, Mathias Zottele Walter, 27, segue os passos do pai Paulo Sérgio Walter (56, agropecuarista), com quem atua em conjunto na Agropecuária Walter, em uma lavoura de arroz e pecuária na localidade de Geribá. “Cresci com toda a família trabalhando junto e desde pequeno tinha vontade de trabalhar nesta área. Assim, comecei a gostar e fui cursar Agronomia em Santa Maria, na UFSM, porém aprecio tanto o trabalho na lavoura e no campo que acabei parando no quinto semestre para trabalhar com a família”, conta.
“Se cheguei até aqui, devo tudo ao meu pai e ao meu avô (Egon Walter, já falecido), que, com certeza, tiveram o critério de me levar ao caminho certo, ensinando e mostrando tudo como devemos fazer para chegar ao sucesso. Se depender de mim, meus filhos irão crescer da mesma forma que eu, tendo todo o incentivo que eu tive, seguindo a nossa tradição”, conclui.
 
 
 
Artur Rocha, ao lado dos pais Claudio e Maelyse: “Quem se cria no campo é difícil não se apaixonar pelo o que ele nos proporciona” 
 
QUATRO GERAÇÕES
Atuante na Cabanha Relíquia, localizada no Piquiri, o médico veterinário, agropecuarista e empresário Artur Carvalho Rocha (Bodoque), 30, vive no campo desde a infância, um legado de três décadas deixado pelos pais, Claudio Rocha (63) e Maelyse Rocha (61), como herança dos bisavós à quarta geração da família. Aos 14 anos de idade, Artur registrou a cabanha, iniciando a criação de cavalos crioulos na propriedade, e chegou até a inauguração da Agropecuária Criolla, com atuação na assistência e venda de produtos veterinários. 
 
Proprietário da Parrilla La Frontera, casa especializada em parrilla ao estilo uruguaio, Artur possui uma vasta experiência no mercado da pecuária e ovinocultura. O próximo passo, conforme ele, é a criação de uma marca de carne produzida em sua propriedade, “fechando, assim, todo o ciclo desde a produção do campo e o abate até o prato do consumidor”, planeja.
“Quando cursava a faculdade (Urcamp, em Bagé), surgiu a oportunidade de trabalhar em um frigorífico na compra de gado em todo o Rio Grande do Sul. Assim, comecei a me interessar pelo produto final carne, buscando conhecimento quanto a qualidade, certificação e cortes. Unindo ao gosto por fazer um assado, surgiu a ideia de proporcionar às pessoas a degustação de uma carne de qualidade”, conta ele, que pretende passar esse legado às próximas gerações.
 
 

FORÇA FEMININA
Renata Fischer, acompanhada do pai Renato: “O amor pelo campo é de família”
 
Com apenas 10 dias de vida, Renata Barboza Fischer foi morar na Fazenda Santo Antônio, distrito do Capané, junto dos pais Renato Lopes Fischer (65) e Marilia Barboza Fischer (62). “Quando dei meus primeiros passos já estava junto do meu pai na lida do campo, sempre foi assim e é até hoje. Fui estudar fora, mas voltei e não saí mais daqui. Não pretendo ir embora”, conta ela. Hoje, aos 41 anos, a agropecuarista assume o comando da Cabanha São Jorge, voltada à criação de equinos da raça crioula.
 
“Atuar nesta profissão foi o que sempre quis e nunca me imaginei fazendo outra coisa. Meu pai e eu somos muito amigos e companheiros da vida toda. Tudo que sei, foi ele que me ensinou, assim como a minha mãe, e isso fez com que eu viesse a assumir as responsabilidades da fazenda”, diz Renata, que cresceu inspirada pelos avôs Helio Fischer e José Samuel Barboza (já falecidos): “Eles sabiam muito do campo. Tenho bastante orgulho de seguir esse legado”.
 
Envolvida no meio tradicionalista gaúcho, Renata pretende passar esse estilo de vida às próximas gerações da família e amigos: “Acho importante mostrar essa nossa raiz e esse amor que é transmitido de pai para filho”.





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