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Reportagens Edição 127 - agosto de 2018

Urina sob CONTROLE


Incontinência urinária afeta idosos e mulheres, mas homens e jovens também correm risco

 

Você tem dificuldade para segurar a urina ao fazer esforços como tossir ou espirrar ou sente aquela vontade tão súbita de urinar que não dá tempo de chegar ao banheiro? Esses sintomas caracterizam a incontinência urinária, disfunção do sistema urinário que provoca a perda involuntária de urina. O problema atinge 10 milhões de brasileiros de todas as idades, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino – 15% das mulheres a partir dos 35 anos de idade têm perda urinária e 17% de toda a população feminina possui bexiga hiperativa ou incontinência urinária de urgência –, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.
 Entre idosos, a incidência é ainda maior – sete em cada 10 sofrem de incontinência urinária, aponta o estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde realizado com pessoas acima de 60 anos na América Latina e Caribe, incluindo o Brasil. Esse distúrbio pode acometer também homens e pessoas mais jovens.

 

 

“Muitas pessoas sofrem com a incontinência, sentem vergonha de procurar ajuda e, aos poucos, diminuem o convívio social. Busque tratamento e tenha de volta a sua qualidade de vida!”, frisa a fisioterapeuta Juliana Spolidoro

 

 

CAUSAS E TIPOS
 
Segundo a fisioterapeuta JULIANA SPOLIDORO, 27, formada pela PUCRS, com quatro anos de atuação na área, os homens sofrem com esta disfunção geralmente após a cirurgia de próstata; já as mulheres, por fatores como gestação/parto, retirada do útero, menopausa, obesidade e diabetes.
“Esses e outros fatores podem levar ao enfraquecimento muscular do assoalho pélvico (região da bacia que compreende todos os órgãos internos) e à perda da capacidade funcional das vias urinárias inferiores e da bexiga e, com isso, causar incontinência urinária”, explica.
Existem diversos tipos de incontinência urinária, como destaca a profissional, sendo esses os mais comuns: incontinência urinária de urgência (desejo súbito de urinar), de esforço (perda de urina após espirro, tosse, pulo ou esforço) e mista (manifestada em ambas as situações).


TRATAMENTO
Ao apresentar os sintomas, o paciente deverá procurar com brevidade o devido tratamento com um profissional da fisioterapia. Conforme Juliana, essa especialidade atua na conscientização e aprendizagem da contração da musculatura do assoalho pélvico através da cinesioterapia (terapia do movimento), de orientações e da eletroterapia (recurso fisioterápico que consiste no uso de correntes elétricas de baixa intensidade).
“Quando o paciente é bem orientado e o tratamento bem executado, haverá melhoria em poucas semanas. A disciplina e o comprometimento levam a resultados bem-sucedidos. Em casos que o paciente tenha necessidade de realizar procedimento cirúrgico, a fisioterapia tem papel importante no pré e pós-operatório, melhorando o resultado cirúrgico”, destaca.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito através de um exame físico e a partir da análise da história clínica detalhada do paciente para identificar se há enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico. “O objetivo é buscar informações sobre quando começou, quantas vezes por dia ocorrem os vazamentos, em quais situações e, no caso da mulher, quantos absorventes são utilizados diariamente. Quanto mais informações, melhores serão a definição do tipo de incontinência e o tratamento”, esclarece.




2 PERGUNTAS PARA JULIANA SPOLIDORO, FISIOTERAPEUTA

1) QUEM TEM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DEVE DIMINUIR A INGESTÃO DE LÍQUIDOS?

“A restrição da quantidade de líquido ingerida e os horários de ingestão devem sim ser conversados e orientados ao paciente, mas é importante que essa mudança seja feita junto com o profissional da saúde que está acompanhando o caso. Diminuir a ingestão de líquidos apenas não vai tratar a incontinência, é importante que essa mudança de hábito aconteça em conjunto com o tratamento”.

2) É VERDADE QUE BEBIDAS COMO CAFÉ, REFRIGERANTE E ÁLCOOL PODEM PROVOCAR A INCONTINÊNCIA?
“Alimentos não provocam essa disfunção, isso é um mito. O que pode acontecer após a ingestão de alimentos específicos, como os citados, é o aumento da frequência de idas ao banheiro, e não é isso que define a incontinência urinária. Agora, quem tem incontinência diagnosticada deve, com orientação, diminuir líquidos e alimentos que sejam diuréticos”.

 





Para conscientizar o público sobre a doença e reforçar a importância do tratamento, dia 14 de março é intitulado o Dia Mundial da Conscientização sobre Incontinência Urinária.

 

 





VOCÊ SABIA?


Apesar de a incontinência urinária ser conhecida popularmente como “bexiga caída” (ou cistocele), a fisioterapeuta garante que as doenças são distintas. “Esse problema se dá com o enfraquecimento dos músculos que dão suporte para a bexiga, fazendo com que ela se posicione de um modo que gere desconforto na região vaginal, mas não é algo que necessariamente leve a ter incontinência urinária. Elas podem ocorrer na mesma pessoa ao mesmo tempo, mas não são obrigatoriamente a mesma coisa”, frisa.

 






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