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Reportagens Edição 109 - dezembro de 2016

Cachoeira na passarela


Conheça as histórias e curiosidades de oito modelos cachoeirenses

Cachoeira do Sul é terra de gente bonita. A quantidade de conterrâneos que fazem ou fizeram sucesso como modelo no Brasil e no mundo é a maior prova disso. Temos bons exemplos de beleza e dedicação a uma carreira ora glamourosa, ora cheia de obstáculos. A LINDA foi atrás de modelos cachoeirenses e conta um pouco de suas vidas e o que eles têm feito atualmente.



“Eu falei que não sairia mais nua em nenhuma revista, só se fosse capa da Playboy”, diz Carine feliz com o resultado das fotos da nova edição da revista


NA PLAYBOY DUAS VEZES


Passados 14 anos depois de ter sido a Coelhinha da Playboy no Brasil, em novembro de 2002, a modelo Carine Celestino, 34, se tornou capa da famosa revista masculina com circulação mundial, só que desta vez na Itália. Residindo atualmente no Rio de Janeiro, Carine atende pelos nomes artísticos de Carine Cerentine e Karine Garcia, sua nova identidade, que estampou a edição de novembro da Playboy Itália. Ao todo, são quatro capas de revista, sendo duas no Brasil e outras duas na Itália.

PLAYMATE DE NOVEMBRO – Em outubro Carine passou por Dubai (Emirados Árabes) e por Milão (Itália), onde fez um catálogo de noivas com o fotógrafo da Playboy, que propôs a ela o desafio de posar para a revista, a qual inicia uma nova fase voltada ao nu artístico. “Eu disse brincando: ‘Só se for a capa’. Ele mandou minha foto pra direção da Playboy e uma semana depois veio o convite, só que nunca eu ia imaginar que seria a capa. Pra mim foi uma surpresa”, fala a modelo, que chegou a dar uma pausa na carreira por conta da idade, mas confessa que depois dos 30 apareceram mais trabalhos nesta área.


CURIOSIDADE


Carine Celestino é mãe da Maria Eduarda, 11, a protagonista do vídeo “O que você quer ser quando crescer, Duda?”, que acumula milhares de acessos no YouTube.




 

MÃE E FILHA PRODÍGIOS

A acadêmica de Direito Laura Gabriela Goltz Schoenfeldt, 27, iniciou a carreira de modelo aos 8 anos, quando seu pai (Luciano Schoenfeldt, 52) lhe inscreveu em um curso de passarela, etiqueta e maquiagem com Rosimeri Moraes. Aos 9 anos Laura estreou seu primeiro trabalho, um catálogo para a marca Hering. A partir daí foram surgindo vários catálogos e comerciais de TV. Aos 18 anos a cachoeirense foi selecionada pela agência Beatrice (hoje agência Boom), em Milão, na Itália, onde morou cerca de um ano. Apesar de não exercer mais a função de modelo, Laura fala que voltaria sem problemas, tanto que já recebeu alguns convites de testes junto com a filha Louise, 4. “Quando a Louise nasceu eu fiz mais uns trabalhos, mas ficava complicado deixar ela, então eu parei de modelar”, conta.

NOS COMERCIAIS DO BRASIL E EXTERIOR – Laura já estrelou vários comerciais de TV, dentre eles o do refrigerante Guaraná Kuat, ao lado do comediante e apresentador Marcelo Adnet e do cantor Latino, e dos calçados Dakota, com a angel da Victoria Secrets Izabel Goulart. Em Milão, a ex-modelo também fez alguns comerciais e catálogos de marcas italianas, como Belstaff e Franklin & Marshall, além de desfiles na cidade de Verona para uma marca de biquínis. “Morar em Milão foi a melhor experiência, além de ser a cidade da moda é também muito difícil ser selecionada pra ir pra lá, então me considero uma sortuda”, pensa.


“Se dediquem e aprendam inglês em primeiro lugar, pois é necessário para se comunicar com as agências e clientes”. Laura

 

 

 

 

 

 

DAS PASSARELAS AOS CUIDADOS COM A SAÚDE

A fisioterapeuta Taís Marques Cerentini, 23, mestranda na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), foi “descoberta” por uma scouter no Facebook em 2012. Após um ano de preparação, a jovem foi apresentada a algumas agências em São Paulo, onde morou durante oito meses. Lá ela fez trabalhos para o salão do Marco Antonio De Biaggi e Wanderley Nunes, dois dos cabeleireiros mais famosos do Brasil, além de showrooms (sala de exposições) de marcas de carro, como Porsche, na Fórmula 1 e lookbook (book com as roupas criadas pelos estilistas da marca). “No dia a dia é o mais rentável”, justifica Taís, que abandonou a carreira de modelo por vários motivos, dentre eles viver em um mundo de futilidades no qual é preciso abdicar dos seus valores pessoais, como ela aponta. “Modelar não é todo glamour que as meninas do interior sonham”, revela.


“Foi uma época boa, de muito aprendizado e amadurecimento, mas em certo momento apenas decidi que não valia a pena e não era o que eu queria para o meu futuro”, fala


O LADO B DA PROFISSÃO – Conforme Taís, traçar nenhuma carreira é fácil, mas a carreira de modelo pode trazer muitas armadilhas. “Claro, tem seu lado bonito, mas é ainda muito mais perigoso se você não tiver uma cabeça boa”, avisa. Outros motivos que a fizeram desistir da profissão foi ficar longe de casa e também a necessidade de parar de estudar. “Demanda muito do seu tempo para se deslocar para castings (seleção de modelos), por exemplo”, explica ela.





UMA DAS MAIS BELAS DO MUNDO

Ex-modelo, Cristiane Lawall Plautz, 34, atua como arquiteta e urbanista há seis anos. Em 1997 Cristiane foi a vencedora do concurso Super Models of the World, o maior concurso de modelos do mundo, realizado pela Ford Models no Rio Grande do Sul. “Foram quatro vencedoras apenas e uma imensidão de meninas lindíssimas”, recorda-se ela, que fez uma série de trabalhos fotográficos no estado, além de campanhas para marcas conceituadas como Diadora, Gang e Paquetá, entre outras.

MODA X ARQUITETURA – Cristiane conta que as vencedoras do concurso receberam uma projeção diferenciada dentro da agência, pois tiveram a oportunidade de morar em uma casa destinada às modelos da Ford Models em São Paulo, onde permaneceu durante pouco tempo. “Nunca passou pela minha cabeça parar de estudar para seguir a carreira”, confessa. Cristiane chegou a conciliar a faculdade de Arquitetura em Santa Cruz do Sul com os testes e trabalhos em Porto Alegre, isto tudo sem sair de Cachoeira. “Eu já estava perdendo muita aula e não tive dúvida ao largar a carreira (que é passageira) para me dedicar à arquitetura – sólida até no nome”, diz aos risos.

HISTÓRIAS PARA CONTAR – Conforme Cristiane, o mercado possui vários segmentos, públicos e idades variadas, no entanto, voltar para as passarelas não está mais nos seus planos. “Vivi experiências riquíssimas, aprendi desde muito cedo o valor de cada centavo, e mais ainda: a nunca aceitar um ‘não’ como o fim do mundo. Tenho muito orgulho desta trajetória, minha filha (Isabela, 1) certamente vai crescer ouvindo histórias incríveis ilustradas com o resultado de horas de fotos, maquiagem, trocas de figurino, de persistência, de comprometimento, responsabilidade e, acima de tudo, de muita luta”, fala Cristiane, que lembra emocionada do pai (Enio Longoni Plautz, 68) enxugando as lágrimas na sua ida para São Paulo com apenas 15 anos de idade. “Minha família é minha base”, diz.

“A carreira de modelo nunca foi meu objetivo, foi sim uma grande oportunidade e honra sem tamanho. Nunca procurei por isto, aconteceu, e sou muito grata”, descreve Cristiane Plautz

Não é uma carreira fácil não, e o glamour fica para o grande público, pois o dia a dia é de muita disciplina e dedicação”. CRISTIANE LAWALL PLAUTZ




 

 

 

ENTRE MODA, ARTE E COMUNICAÇÃO

Marjorie Vieira Prolla, 24, é modelo, atriz e jornalista com formação na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, onde também fez cursos de atuação e cinema, inclusive nos Estados Unidos. Ela começou a modelar na infância com apenas 5 anos. Por conta dos comerciais que fazia, Marjorie descobriu outra paixão: atuar. A cachoeirense, que reside na Califórnia (EUA), continua estrelando comerciais nacionais e internacionais. 


“Quem tem o sonho de ser modelo não pode desistir, tem que lutar e ir atrás. É muito difícil, mas não é impossível”, fala Marjorie Prolla



SUCESSO NOS COMERCIAIS – A modelo conta que sempre quando estava andando na rua ou viajava com os pais recebia propostas de agências ou os scouters (caça-talentos) deixavam o contato. Foi então que um dia sua mãe (Marta Vieira Prolla, 50) a colocou em um curso de manequim e etiqueta, onde obteve melhor preparação, e daí em diante não parou nunca mais. Marjorie já fez fotos publicitárias para grandes marcas de roupas (Calvin Klein, Marisa, Oakley e Renner), calçados (Melissa e Jorge Bischoff), bolsas (Marcia Saraiva), cosméticos (L’Oréal), perfumes (O Boticário), alimentos (Parmalat), refrigerantes (Guaraná Antarctica) e operadoras de telefonia (Vivo e Oi), entre muitas outras.


Ela também ilustrou as páginas de revistas famosas como Vogue, Capricho, Atrevida, Boa Forma, Corpo a Corpo, Glamour, Cabelos & Cia e Nova. Recentemente Marjorie foi convidada a participar de um desfile beneficente junto com celebridades e pessoas da classe alta norte-americana, incluindo o dono da marca de carros Lamborghini. “Foi uma experiência maravilhosa e gratificante”, descreve.


Entre os pontos positivos e negativos de ser modelo, Marjorie diz que a carreira lhe trouxe ótimas oportunidades, como viajar, conhecer outras culturas e ver o resultado de um trabalho depois de tanto esforço. A modelo também destaca que dependendo do país onde está trabalhando a cobrança pela magreza é grande. “Para eles, nunca está bom, sempre falam que tem que emagrecer mais”, aponta.

“Você não vai chegar lá da noite para o dia, a gente leva muito ‘não’ nessa profissão e baixam a nossa autoestima às vezes. É aí que muitos desistem, mas essa é a hora que você tem que insistir e correr atrás do seu sonho”.
MARJORIE PROLLA




 

 

 

UM DOS MAIORES MODELOS DO MUNDO

O engenheiro agrônomo Luiz Afonso Teixeira Schwab, 26, sendo cinco anos de atuação, venceu o Elite Model Look 2007 (o maior concurso internacional de modelos, realizado pela agência Elite Model Management) e foi considerado um dos maiores modelos do mundo, figurando a 48ª posição do ranking mundial do site models.com, que elege os principais profissionais da moda. Ele iniciou a carreira de modelo em 2008 e hoje não exerce mais a função por conta da atual profissão.

Eleito um dos maiores modelos do mundo, Luiz Schwab desistiu da carreira para se dedicar à agricultura

DAS PASSARELAS ÀS PLANTAÇÕES – Schwab teve passagens por diversos países, como França, Itália, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Argentina e Chile, acumulando trabalhos para marcas de grife famosas – Prada, Christian Dior, Dolce & Gabbana, Lacoste e Louis Vuitton. “A experiência como modelo foi muito interessante, uma vez que proporciona o convívio com situações, pessoas e ambientes muito diferentes do habitual fazendo com que se possa construir uma visão de mundo muito abrangente”, fala. No entanto, ele não pensa em voltar a atuar na área. “Meu foco profissional está voltado para a agricultura”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

DE MODELO A MÃE

Morando atualmente em Itapema (litoral de Santa Catarina), Cristiane Strassburger Aggens, 43, é formada em Administração de Empresas, mas deixou a planilha de cálculos para exercer a função de dona de casa e de mãe, cuidando dos filhos Gustavo (11), Gabriel (9) e Felipe (6). Ela iniciou a carreira de modelo aos 13 anos fazendo pequenos trabalhos fotográficos e desfiles em Cachoeira. Foi então aos 15 anos que Cristiane venceu o concurso Broto Rio Grande do Sul. “A partir daí surgiram muitos trabalhos, pois através do concurso tive uma grande projeção na carreira”, relembra.
Cristiane chegou a trabalhar para uma agência de Porto Alegre, onde fez muitos desfiles, trabalhos fotográficos e campanhas publicitárias de grandes empresas, como Stihl, Todeschini, Sulfabril e Hering. A carreira, no entanto, durou pouco tempo. “Depois disto resolvi me dedicar aos estudos, minha faculdade”, justifica ela, que ainda hoje faz alguns trabalhos fotográficos esporádicos.
De acordo com Cristiane, o mercado existe para todas as idades, mas ela confessa que por ser mãe de três meninos pequenos não conseguiria conciliar todas as atividades. “Não voltaria a trabalhar como modelo em tempo integral, pois este tempo passou para mim. Hoje vivo em função da minha família em Itapema, onde tenho uma rotina mais tranquila com uma excelente qualidade de vida”, argumenta.


Cristiane Strassburger Aggens leva uma vida dedicada à família em Santa Catarina, mas não se desvinculou totalmente da carreira de modelo

 

 





 

 

 

 

DE CACHOEIRA PARA O MUNDO

Modelo e manequim, Débora Helen Dias Fogliatto, 19, atua há seis anos no mercado, quando foi aprovada por 11 agências de modelo na convenção do Projeto Passarela, sendo uma delas a Ming Management, onde é agenciada hoje. Natural de Cachoeira do Sul, a jovem vive hoje em Itapema (Santa Catarina), mas já rodou o mundo trabalhando com grandes nomes da moda e multinacionais, como para a cerveja Kirin Ichiban, no Japão, carros Mitsubishi, catálogo para as marcas de roupas Artika e Locauso, na China, e desfiles para Lez a Lez, Angel, Beagle e Renner, entre outros.

OS DOIS LADOS DA PROFISSÃO – Débora fala que essa carreira lhe possibilita conhecer vários países, fazer amigos por toda parte, conhecer a cultura de cada lugar e trabalhar com grandes nomes da moda. No entanto, os contras também pesam: “Nada menos que a saudade de casa, da família e dos amigos, aprender a ser madura desde cedo, perdendo a infância e adolescência, trabalhar no inverno com roupas de verão, trabalhar mesmo doente, etc.”, enumera. “Você tem que estar preparado emocionalmente e fisicamente para que as coisas que existem de ruim nesse mundo não o atinjam”, resume.


Para Débora, é preciso se descobrir interiormente e saber lidar com suas emoções para vencer nessa profissão ou em qualquer outra

 



 

 

 

 

PALAVRA DE PROFISSIONAL

Segundo Roger Slim, ser modelo não é apenas aparecer na TV e na passarela, é preciso ter personalidade e querer de verdade, além de investir na carreira.

5 COISAS QUE FAZEM O MODELO DESISTIR DA CARREIRA


. Problemas financeiros. O que ocorre na maioria dos casos

. Falta de interesse. Não quer enfrentar desafios e dificuldades

. Mudança de objetivo. O modelo pode descobrir que não é bem aquilo que quer

. Falta de apoio familiar e de estrutura psicológica do modelo ou candidato

. Cobrança do próprio mundo da moda, que exige um padrão de medidas extremamente rigoroso, em especial para o modelo fashion ou de passarela

Fonte: Roger Slim


“Modelo só pode resmungar e reclamar no travesseiro. Quando está acordado tem que estar bonito e feliz. É a profissão do glamour e da beleza”. Roger Slim
 






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