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Reportagens Edição 57 - abril de 2012

Mais do que mil palavras


Os desenhos podem revelar o que as crianças estão sentindo, especialmente se estão com problemas

Você sabia que os desenhos infantis revelam emoções? Através deles as crianças costumam demonstrar seus sonhos, interesses, medos e angústias. Como é inevitável que em algum momento elas peçam papel e lápis para desenhar, os pais devem aproveitar essa forma de expressão e usá-la como um detalhe a mais no comportamento para saber se tudo está bem. “Para os pequenos, em alguns momentos é difícil externar sentimentos oralmente e às vezes não alcança a compreensão esperada, devido ao reduzido vocabulário ou até mesmo ao medo de contar algo tão íntimo. O desenho torna-se então uma forma de poder falar sem a emissão de palavras”, explica a psicóloga Laura Morais Machado, 22 anos.

Cada criança tem seu próprio tempo, mas em geral essa manifestação de sentimentos através de desenhos começa a partir dos três anos e pode se estender até a pré-adolescência. “Se os pais perceberem alguma coisa errada, como mudança de comportamento ou atraso no desenvolvimento, a primeira coisa é sempre acalmar e confortar os filhos, depois avaliar se é o caso de procurar profissionais para auxiliar no tratamento”, conclui a profissional. Confira o que pode ser observado nos desenhos:

TRAÇADO PESADO -
Quando a criança força demais o lápis contra o papel pode ser sinal de agressividade e impulsividade excessivas.
 
CASAS - Casas feitas no ar podem representar falta de segurança. Janelas e portas muito pequenas podem significar dificuldade de contato com o mundo externo.
 
DESENHOS PEQUENOS - Crianças muito inibidas tendem a fazer desenhos extremamente pequenos, que ficam espremidos num canto do papel. Pode ser um alerta de que os pais ou a escola estão exigindo demais dela.
 
DESENHOS GRANDES - Aqueles desenhos que avançam para as margens expressam a vontade de ocupar todos os espaços e de estar presentes em tudo. Demonstram dificuldade de aceitar limites e impulsividade excessiva.
 
RABISCOS E AJUNTAMENTOS – Caso a criança rabisque demais em volta do desenho ou amontoe vários elementos no papel, é sinal que se sente angustiada.
 
PESSOAS SEM EXPRESSÃO – Se as figuras humanas aparecem sempre de costas, sem olhos ou sem bocas, é indício de que a criança tem medo de se relacionar com outras pessoas e de encarar a realidade. É como se ela se recusasse a ouvir, ver e estabelecer contato com o meio.
 
REPETIÇÃO DE TEMAS - Quando a criança reproduz sempre a mesma situação, fique atento, pode ser que se sinta oprimida. Já o excesso de cenas de morte ou de destruição revela medo. Mas atenção: na infância, a repetição de desenhos de casa, pessoas e de árvore não sinaliza nenhum problema.
 
CORPOS EM DESPROPORÇÃO – Ao fazer uma figura humana, a criança pode desenhá-la com alguma parte muito realçada. É sinal apenas de que a função associada àquela parte do corpo é a que está despertando maior atenção da criança naquele momento. Crianças falantes ou gulosas, por exemplo, costumam desenhar bocas enormes. As desconfiadas, olhos muito grandes. Já aquelas de pavio curto desenham mãos imensas.
 
AGRESSIVIDADE –
Desde que não seja uma constante, desenhar cenas de violência é apenas uma forma de a criança descarregar a tensão acumulada.


              





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