Maternidade atípica transformada

Psicopedagoga clínica e institucional, orientadora parental, mentora profissional e educacional, palestrante e escritora. Fundadora e gestora do Espaço Voar – Saúde e Educação, atua com avaliação e intervenção de crianças e adolescentes, orientação de pais e formação de educadores por meio de palestras e workshops. Tem 38 anos, é casada com Alisson Boyink e mãe do João Pedro, de 14 anos, e da Marina, de 4.

Conte um momento marcante da sua trajetória pessoal que te trouxe até onde você está hoje:

“A maternidade atípica mudou completamente meu rumo. Em 2014, meu filho João Pedro recebeu o diagnóstico de autismo, e ali nasceu uma nova versão minha — mais forte, mais comprometida e determinada a fazer a diferença. Decidi que queria entender mais profundamente o que ele precisava e, com isso, acabei abrindo um caminho não só para ele, mas para muitas outras famílias. O fazer psicopedagógico e a maternidade se entrelaçaram, se fortaleceram. Ao longo dessa jornada, encontrei pessoas maravilhosas que fizeram a diferença na vida do meu filho — e me inspiraram a fazer o mesmo na vida de outras crianças.”

Quais são os valores que você considera fundamentais e que guiam suas decisões na vida?

“Empatia e acolhimento são meus pilares. Ser mãe me ensinou que não basta falar sobre esses valores, é preciso vivê-los — todos os dias. Ouvir sem julgamentos, acolher sem impor, respeitar os ritmos e os universos únicos de cada pessoa. Além disso, ética, responsabilidade, carinho e dedicação são princípios que levo comigo em todas as decisões.”

Fale um pouco sobre sua área de atuação e o que te motiva no seu trabalho:

“O que me move é saber que posso ser ponto de apoio na trajetória de tantas famílias. Atuo diretamente com crianças e adolescentes com transtornos do neurodesenvolvimento e dificuldades de aprendizagem, e sei, por experiência própria, o quanto um olhar acolhedor, empático e capacitado pode transformar vidas. Assim como fui acolhida quando precisei, faço questão de retribuir esse cuidado com amor e responsabilidade.”

Ao longo dessas 200 edições da Revista Linda, qual edição ou matéria te marcou de alguma forma, seja pela relevância, pelo impacto ou por alguma conexão pessoal?

“A Linda tem um espaço especial no meu coração. Sempre admirei como a revista valoriza histórias reais, empáticas e cheias de propósito. Ver minha missão ressoar ali, entre tantas outras trajetórias inspiradoras, me emociona. A Linda celebra conquistas que nascem do amor, da luta e da vontade de construir um mundo mais inclusivo — e isso conversa diretamente com tudo em que acredito.”

"Empatia e acolhimento são meus pilares."

Jogo rápido

Um sonho?

A sede própria do Espaço Voar.

Uma conquista?

O próprio Espaço Voar – Saúde e Educação.

Um lugar no mundo?

Meu lar.

Um sabor?

Macarrão de todo tipo.

Uma bebida?

Chimarrão.

Uma saudade?

Minha vó Kika.

Uma inspiração?

Meus filhos.

Um lema de vida?

Ser feliz.

Uma causa importante?

A inclusão.

Revista Linda em uma palavra?

Autêntica.

Uma mensagem para o futuro?

É preciso olhar para a infância com os olhos do coração, deixando julgamentos e críticas de lado. Quando nos conectamos com empatia, ajudamos a construir um futuro cheio de esperança, amor e possibilidades. Que nunca falte sensibilidade para valorizar essa fase tão preciosa da vida.