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Do amor ao sexo Edição 106 - setembro de 2016

Sexo pelo SEXO

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


O ato sexual é algo que acompanha a espécie humana por toda sua existência. Mas as formas e os significados já se modificaram, e muito. Já foi visto como forma de fertilidade e riqueza, como vergonha e pecado, como algo primário ou algo evoluído, enfim, muitas formas de ver o sexo já acompanharam a humanidade.


Acreditava-se até poucos anos que as mulheres tinham poucas condições de ter sexo desconectado dos sentimentos afetivos, que o sexo só pela atração, sem envolvimento emocional, não era bem visto por elas. Já para os homens sim, poderia dar até um certo status de “garanhão” ou “comedor”. Mas as mulheres hoje já se permitem o sexo apenas pela atração, sem o envolvimento emocional. Quem afirma isto é Carmita Abdo, psiquiatra e sexóloga da USP, coordenadora das pesquisas sobre a sexualidade dos brasileiros feitas em 2008 e agora em 2016. Ela revelou que subiu de 43% para 57% o número de mulheres que fazem sexo só pelo prazer sexual. As mulheres estão separando, distinguindo mais a diferença entre sexo e afeto.

Já para os homens se mantém em 70% a porcentagem dos que fazem sexo pelo sexo, segundo a pesquisa coordenada por Carmita Abdo.

A mulher poder usufruir das sensações prazerosas do sexo com autonomia, sendo ela que decida quando e com quem terá sexo. É algo muito presente na sociedade contemporânea.

Sim, hoje a mulher não precisa mais se submeter ao pai, ao marido, à religião e/ou a moralidades para ter autonomia sobre seu prazer. Hoje ela já se percebe mais dona do seu corpo e do sexo. Como diz a psicanalista Regina Navarro Lins: “As mulheres passaram a aceitar que o sexo pode ser só pelo prazer”.

Sabemos que a espécie humana não usa o sexo só para a reprodução como a maioria das espécies. Tem o sexo também para o prazer. Nosso cérebro reconhece que a liberação das substâncias que envolvem o sexo são extremamente boas para as pessoas. Por isto que o sexo pode ocorrer independente da reprodução ou do afeto.

Talvez por tudo isto que as mulheres hoje consigam ver mais o prazer sexual como possibilidade para elas, pois estão mais seguras, menos culpadas, mais autorizadas a escolherem politicamente, socialmente e financeiramente, gerando nelas menos conflitos emocionais e mais condições de verem o sexo só como sexo, sem tantos conflitos emocionais junto com o prazer sexual.
 


Psicóloga e terapeuta sexual
 






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