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Do amor ao sexo Edição 69 - maio de 2013

Chega de dor!

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Dispareunia – Esta palavra tão estranha (do grego “má união”) significa dor durante a relação sexual. Ela pode aparecer tanto em homens como em mulheres, mas é mais comum nas mulheres. É uma das causas mais frequentes de problemas nas relações sexuais.

Não se conhece ao certo qual a incidência da dispareunia, mas estima-se que 15% das mulheres adultas sexualmente ativas já sentiram dor durante o coito. A dor pode ser aguda, ardente, castigante ou espasmódica. Pode ser no órgão genital ou dentro da região pélvica ou do abdômen. Uma dor recorrente ou persistente (não uma dor ocasional).

É comum as mulheres tolerarem a dor durante o sexo, mas vale ressaltar que sexo não dói! Excetuando-se relações sadomasoquistas, a dor não tem que estar presente durante o sexo. Se ela existir é porque algo não está bem e deve ser procurada ajuda para resolver o que está ocasionando este problema.

As causas podem ser orgânicas ou psicológicas e ambas têm tratamento. Causas orgânicas são tratadas pelo ginecologista e as psicológicas com o psicólogo. Quanto antes for diagnosticado, antes o problema se resolverá, causando menos traumas tanto físicos como emocionais e de relacionamento.

Na maioria das vezes as causas são orgânicas, como infecções da vulva e da vagina (candidíase, tricomoníase, herpes genital), tumores genitais e pélvicos, atrofia ou lubrificação insuficiente da mucosa, por deficiência dos hormônios estrogênicos ou radioterapia, reações alérgicas, a espermicidas ou ao látex do preservativo ou lubrificantes vaginais inadequados, processos inflamatórios ou infecciosos, endometriose, retroversão uterina, miomatose, patologias nos ovários e trompas, aderências pélvicas e doenças do trato urinário.

As causas psicológicas também podem estar presentes, ligadas a traumas sexuais (abuso, incesto), a sentimentos de culpa, a atitudes e pensamentos negativos com relação ao sexo, à tensão e medo do ato sexual, à aversão ao parceiro ou medo de engravidar. Também a diminuição da lubrificação vaginal por pressa do parceiro em penetrar, sem a vagina estar lubrificada suficientemente, pode causar dor e desconforto.

São muitas as patologias que podem causar dor no ato sexual e cada uma delas requer um tipo de tratamento específico, que leva algum tempo para que os sinais de superação do problema possam ser sentidos.

A dispareunia causa não só o desconforto da dor em si, mas também provoca um desajuste entre o casal, gerando sofrimento e dificuldades crescentes de relacionamento. Ela não só interfere na excitação sexual e no orgasmo, como produz ansiedade pelo medo de se sentir a dor novamente, passando-se a evitar o contato íntimo sexual, podendo evoluir para uma diminuição do desejo e até para vaginismo (impossibilidade de tolerar a penetração).

O parceiro da mulher com dispareunia, alertado para a questão, deve ser compreensivo e sensível ao sofrimento da sua parceira, podendo, assim, auxiliar na busca da realização do tratamento e no alívio da dor para, juntos, superarem o problema, podendo ter uma vida sexualmente saudável, sem dor e prazerosa.

 




"É comum as mulheres tolerarem a dor durante o sexo, mas vale ressaltar que sexo não dói!
"

 



 

* Izabel é psicóloga e terapeuta sexual

 

 






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