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Reportagens EDIÇÃO 16 - AGOSTO 2008

Cachoeirenses de coração


Novos filhos da cidade dão exemplo de amor e orgulho para os nativos que não valorizam sua terra natal

 

Cachoeira do Sul vem perdendo nos últimos anos muitos dos seus cidadãos para outros municípios. Os números comprovam esse abandono: de acordo com o IBGE, em 2000 a cidade possuía 87.873 habitantes, já em 2007 o número era de 84.629, uma redução de mais de três mil pessoas em apenas sete anos. Apesar dos dados não serem animadores, a Capital Nacional do Arroz tem a tradição de encantar muita gente que com os anos acabam adotando ela como sua cidade natal. São estudantes, profissionais e muitas vezes famílias inteiras que enxergam aqui oportunidades de crescimento, desenvolvimento de projetos e realização de sonhos. A característica em comum de todos os novos filhos da princesa do Jacuí: amam, prestigiam e exaltam tudo o que ela tem de bom, muito vezes com muito mais entusiasmo do que os nascidos aqui.
Há 30 anos, Aldo Strelow, 52 anos, natural de São Lourenço do Sul, veio para a cidade em busca de uma vaga para agente de transportes. Os anos passaram e Aldo acabou se encantando por Cachoeira, onde constituiu família e decidiu fazer seus investimentos. Hoje o empresário se considera cachoeirense de coração. “Quando eu vim para cá, Cachoeira era muito mais importante no cenário estadual. Tem muita gente indo embora, entretanto ainda dá para mudar isso. Precisamos acreditar no potencial que ela tem”, observa. Aldo garante que apesar de conhecer diversas cidades no estado, não pensa em se mudar. “Muitas portas estão se abrindo. A Ulbra, por exemplo, é um marco que nos mostra muita gente investindo aqui, o que não acontecia há muito tempo. Temos é que acreditar”, aconselha.


 

Aldo: natural de São Lourenço do Sul, está há 30 anos morando em Cachoeira



 

Outro exemplo de filho adotivo que decidiu que a Capital do Arroz é o lugar ideal para viver é o oftalmologista Adelar Breitenbach, 40 anos. Ele já morou em sete cidades mas garante que aqui é o lugar que escolheu para construir sua vida. Há sete anos em Cachoeira, Adelar é sócio do Instituto Gaúcho de Oftalmologia, referência no estado em tratamento das doenças dos olhos. “Cada um deve fazer sua parte, temos que valorizar as riquezas que temos para continuar crescendo”, comenta.
Os pontos positivos destacados pela grande maioria que se muda para Cachoeira são a tranqüilidade e os níveis de segurança, comparado principalmente aos municípios dos quais são naturais.


 

Adelar: depois de morar em sete cidades diferentes, escolheu Cachoeira para fixar residência



 

A psicóloga Georgina Teixeira, 28 anos, veio para estudar em 1997 e nunca mais saiu. Natural de Santa Maria, ela veio buscar a formação na Ulbra, acabou fazendo amigos e casando com um cachoeirense, o veterinário Rodrigo Almeida. “Sempre acreditei na cidade e vejo, às vezes até com espanto, o quanto os filhos dessa terra não aproveitam sua beleza. São tantas riquezas, como por exemplo o nosso rio Jacuí, que não pretendo mais sair daqui”. Além de ter montado seu consultório, Georgina decidiu investir no comércio inaugurando recentemente a Enxoval Store. “O comércio é forte e não entendo como tem tanta gente que sai daqui para fazer compras em outros lugares. Outra coisa que amo é a facilidade de locomoção. Em Santa Maria, eu demorava muito tempo para chegar ao destino e aqui é tudo rápido. Atravessamos de uma ponta a outra sem precisar enfrentar congestionamentos”, ressalta.


 

Georgina: "Cachoeirense deve valorizar o que nossa cidade tem de bom"

 


Um dos filhos adotivos mais conhecidos por valorizar a terra que escolheu para viver é o diretor da Ulbra/Cachoeira, professor Gerceí Silveira, 55. Responsável pela implantação do campus na cidade, ele se orgulha de ter passado por muitos municípios e encontrado um lugar acolhedor para morar. Gerceí chegou em Cachoeira em 1996 e em 2003 foi para uma unidade da Ulbra em Manaus. De volta desde o início do ano, ele diz que se apegou aos costumes e à comunidade da cidade que escolheu para morar. “Mesmo quando fui para Manaus vínhamos passar nossas férias aqui e fizemos questão de que nosso filho, o Giovanne, de um ano e nove meses, nascesse aqui”, conta.
Um dos seus grandes orgulhos é poder contribuir com o progresso de Cachoeira. “Hoje temos na Ulbra o segundo melhor complexo de saúde do sul do país e queremos é isso: que a universidade cresça para que as famílias não precisem mais se despedir dos seus filhos tão cedo que vão em busca de uma formação em outros lugares”, ressalta. Para o futuro, Gerceí não sabe por quanto tempo poderá ficar na cidade, mas garante que quando parar é em Cachoeira que ele vai ficar.







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