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Reportagens Edição 122 - março de 2018

Volta às aulas sem estresse


Psicóloga ensina técnicas para facilitar a adaptação da criança à escola

 

O período de volta às aulas pode ser um pouco complicado para as crianças, especialmente nos primeiros dias, pois envolve a adaptação a uma nova rotina, com uma turma nova, longe dos familiares ou babás. Pensando nisso, a psicóloga Rita de Cássia Grünewald da Cunha, 27, atuando há três anos na área, preparou cinco dicas para facilitar o retorno dos pequenos à escola ou à creche. Formada em terapia cognitivo comportamental da infância e adolescência e com especialização em andamento de avaliação neuropsicológica e reabilitação, Rita aponta quais atitudes devem ser tomadas para evitar possíveis traumas e transtornos futuros.


“As dificuldades de adaptação são mais comuns com as crianças de menor idade (dois a quatro anos), e em casos excepcionais com crianças mais velhas. Por isso os pais devem estar atentos aos sinais que o filho demonstrar”, diz a psicóloga Rita da Cunha

 


1) QUAL A IDADE CERTA?
Segundo a psicóloga, não há uma idade ideal para levar os filhos à creche, já que esta varia de acordo com o grupo familiar. “Isso irá depender da família, pensando nos fatores que influenciam a decisão, como o trabalho, a idade do bebê/criança e o preparo emocional dos pais”, explica. Na escola, a idade ideal é de quatro anos. “Para as crianças de até dois anos, a rotina deve ser preservada ao máximo. Por volta dos dois anos e meio já é possível explicar esse novo momento e tirar dúvidas para que se sintam mais confortáveis”, esclarece. Conforme Rita, o espaço escolar é uma das fases mais importantes para o seu desenvolvimento social. “Por meio deste processo a criança começa a entender seu papel na sociedade e enxergar formas de aprender junto com os colegas”, destaca.

2) A FASE INICIAL

É preciso estar ciente que a adaptação escolar é um momento estressante e de certa forma para os professores. “Toda situação nova é uma posição incômoda, pois tira o indivíduo da sua zona de conforto, independentemente da idade. As crianças são mais sensíveis aos sentimentos e acontecimentos da vida, portanto, percebem tudo ao seu redor. Os pais têm que estar seguros desta atitude, pois terão que se manter firmes e não deverão em hipótese alguma se arrepender e voltar atrás, caso contrário, resultará em danos tremendos”, frisa, dentre os quais estão a recusa de se relacionar no ambiente escolar, resistência a regras e outros.

3) COMO OS PAIS DEVEM AGIR?

O sentimento de culpa dos pais por não estarem o tempo que julgam ideal com seu filho, deixá-lo chorando na escola, ou ainda situações nas quais a criança se depara com novas regras podem prejudicar a fase de adaptação. Para evitar quaisquer transtornos, Rita recomenda envolver a criança nos preparativos durante a ida, como arrumar a mochila e a lancheira. “Isso faz com que ela perceba que está sendo cuidada e que se sinta participante”, diz.
Além disso, é aconselhável levar a criança caminhando (evitar o colo), entender o choro como parte do processo, mas sem banalizá-lo, e parabenizá-la quando não mais chorar, associar a escola a algo positivo, falar dos brinquedos e colegas, demonstrar orgulho, buscá-la no horário certo com muito amor e carinho e ter, principalmente, paciência.

4) O PAPEL DO PROFESSOR

Se houver “chororô” com a ausência dos pais e a criança manifestar seu desejo de retornar para casa no meio do horário, o professor deve tentar contornar a situação. “O ideal é que o educador conforte os pequenos e converse sobre o reencontro com os pais, além de oferecer atividades atrativas que possam prender sua atenção”, indica. Por outro lado, Rita alerta que alguns deles se sentem retraídos e não choram, mas necessitam de igual atenção. “É preciso olhar para essas crianças, acessá-las e inseri-las nas atividades em que a turma está envolvida respeitando sua vontade, sem ignorá-las”, aponta.

5) AJUDA PROFISSIONAL
Caso a adaptação demore para acontecer já passado algum tempo após o início das aulas, os pais devem conversar com a escola. Segundo Rita, a criança também pode apresentar reações comportamentais a essa “crise”, bem como dificuldade com o sono e com a alimentação, irritabilidade, agitação, entre outras. “A partir deste momento, o profissional mais indicado para ajudar a criança e orientar os pais nesse processo é o psicólogo”, salienta.
 

 






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