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Reportagens Edição 108 - novembro de 2016

Das tintas às passarelas


Artista cachoeirense brilha na capital

Com uma ideia na cabeça, pincéis e baldes de tinta na mão, o artista visual PATRICK RIGON, 32, usa de quadros a muros como tela para sua arte. Rigon morou durante a infância no Hotel União (zona norte de Cachoeira), cujo proprietário foi o avô David Rigon, 92, e cursou Design em duas universidades, uma parte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e outra no Instituto Politécnico de Turim (Polito), na Itália. Ele foi um dos 30 artistas convidados pelo Santander Cultural a pintar os 450 metros do muro do Cais do Porto, no centro de Porto Alegre, em homenagem aos 244 anos da capital gaúcha no último mês de abril. Detentor de cabelos verdes azulados, Rigon também trabalha como modelo e já fotografou para campanhas com temáticas ligadas à diversidade, moda genderless (sem gênero) e androginia (mistura de características masculinas e femininas) de marcas como Adidas, Gang e C&A, além do editorial de moda da revista Donna.


Patrick Rigon no editorial de moda sem gênero da revista Donna, edição de julho



NA ARTE E NA MODA
Um dia uma galeria de arte de Porto Alegre propôs a ele uma exposição individual, e esse foi o primeiro evento de sucesso. Desde então foram surgindo convites para novos trabalhos e novas exposições. No meio disso Rigon começou a ser convidado para campanhas e editoriais de moda. “E sigo assim, topando novos desafios e abraçando oportunidades que surgem pelo caminho”, conclui.

ROUPAS SEM GÊNERO
Nessa nova onda e emergência das questões de gênero, Rigon afirma que ainda é muito cedo para saber aonde o genderless chegará, se a mobilização das marcas é apenas uma “modinha” passageira, aproveitando uma tendência, ou se além do marketing também existe uma autêntica desconstrução de padrões antigos e um foco em novos públicos e novas identidades. O artista e modelo lembra que nas décadas de 80 e 90 já existiam roupas unissex, quando ainda não existia o termo atual de moda genderless.

FORA DOS PADRÕES
Apesar das manifestações de preconceito e intolerância nas ruas e nas redes sociais, Rigon fala que teve a sorte de nunca ter vivenciado situação semelhante, já que trabalha em áreas onde normalmente as pessoas têm “cabeça aberta”. “Mas mesmo em locais públicos, acho que o povo curte! Uma vez um taxista disse que eu parecia um cavaleiro do zodíaco (risos). Alguns vêm me perguntar como é que se pinta o cabelo e umas senhoras dizem ‘Ah, eu queria ter idade pra fazer isso’. Sempre respondo que não importa a idade, basta ter cabelo!”, conta ele, que leva a situação com bom humor.



“Penso que a roupa sempre pode servir como instrumento criativo. Você pode usá-la para reprimir, impondo regras e criando uniformes. Ou você pode criar sua própria fantasia, sua máscara, sua armadura. Ela pode ajudar a representar quem você é, ou quem você gostaria de ser, ou qual mensagem você quer passar... E admiro muito quem sabe fazer isso. Mas, pessoalmente, não penso muito na questão de gênero ao me vestir”. PATRICK RIGON






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