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Reportagens Edição 105 - agosto de 2016

Quando o amor vira obsessão


Muito mais do que capricho, às vezes pode ser uma doença

Mesmo sem entender as razões que nos fazem amar, o Dicionário Aurélio dá um significado a essa palavra como “um sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição, atração ou afinidade forte”, mas há uma grande diferença da obsessão, definida como “importunação perseverante, perseguição, ideia fixa”.

Isso acontece quando o prazer de estar com o outro se torna doente e sem limite, um desprazer. É o que explica a psicóloga Cecilia Chaves, especialista em gestão de pessoas com 14 anos de atuação no ramo. Segundo a profissional, o prazer da companhia muitas vezes é substituído com a obrigação de estarem juntos, havendo crises e conflitos.

 

“Ninguém consegue manter um amor sendo pressionado, sufocado ou ‘cobrado’ em excesso”, ressalta a psicóloga




A DOENÇA DA SUSPEITA –
Normalmente o sujeito que apresenta esse tipo de comportamento pode estar sofrendo de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), destacando suas atitudes mais obsessivas quando por algum motivo viveu dúvidas, inseguranças e medo de perder esse ‘amor’, gerando com isso um desgaste muito grande na relação. Assim, afirma Cecilia: “Essas dúvidas podem surgir com bases reais ou imaginárias, dependendo de fatores que diferenciarão entre cada sujeito”.

TRATAMENTO – Cecilia indica a sempre buscar ajuda de profissionais da saúde mental (psicólogo ou psiquiatra). Quanto à família e ao (à) parceiro (a), ter paciência, evitar contrariar e esquivar-se de episódios que provoquem esses sentimentos de insegurança. “Para o tratamento será necessário uma avaliação, pois cada caso terá suas particularidades. Se combinará o melhor tratamento, que normalmente será psicoterápico e com medicações controladas para controlar os comportamentos impulsivos e obsessivos”, explica.




3 PERGUNTAS PARA CECILIA CHAVES

O que caracteriza o transtorno obsessivo-compulsivo?

As características essenciais do TOC são obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente severas para consumirem tempo ou causarem sofrimento acentuado ou prejuízo significativo. (Referência: “Manual de diagnóstico e estatística dos transtornos mentais (DSM)”, quinta edição).

Por que algumas pessoas insistem em relacionamentos compulsivos?

Muitas vezes o (a) parceiro (a) não consegue sair de uma relação de “amor obsessivo” por receio do (a) companheiro (a) fazer algo de ruim contra ele ou a si mesmo.

Quando é a hora certa de procurar ajuda?


Quando a família e o (a) parceiro (a) não conseguem conviver com “esses” comportamentos do outro sem sofrer, quando o equilíbrio já se torna difícil de manter nessas relações.




5 SINTOMAS DO AMOR OBSESSIVO


O ser humano, quando se encontra em uma relação “não saudável” demonstra

. Descontrole nas discussões
. Ciúmes incontrolados
. Dependência emocional e física do outro
. Desconfiança de que o outro não está sendo verdadeiro
. Comportamentos controladores





CASO ANA HICKMANN


A modelo e apresentadora Ana Hickmann, natural de Santa Cruz do Sul, sofreu um atentado recentemente em Belo Horizonte, quando um fã a manteve como refém na mira de um revólver. Esse fã tinha vários perfis nas redes sociais dedicados à apresentadora, onde publicava mensagens ofensivas e imagens obscenas. A renomada criminóloga Ilana Casoy recomenda que todos usem as redes sociais com moderação, pois essas facilitam a ação de perseguidores. “Para piorar, a edição de informação nos perfis sociais, onde as pessoas sempre aparecem lindas e felizes, ajuda a criar personagens atraentes para os stalkers e fãs delirantes. A pessoa que está do outro lado da tela acredita criar uma intimidade que na verdade não possui com o alvo”, disse Ilana em entrevista à Veja.




 

 

 

FIQUE DE OLHO

“Nas relações obsessivas sem tratamento ou acompanhamento adequado corre-se o risco de chegar a violência física e/ou moral, pois mediante a impulsividade, as reações comportamentais são imprevisíveis”. CECILIA CHAVES

 

 

 

 

 

 

 

Uma pesquisa da Universidade de Guelph, no Canadá, realizada com cerca de 300 universitários aponta que a maioria das brigas entre casais é motivada por ciúmes e está relacionada com atividades nas redes sociais.

 






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