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Reportagens Edição 88 - janeiro/fevereiro de 2015

E tenho DITO!


Entenda as expressões populares mais comuns do dia a dia

CONTO DO VIGÁRIO

Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas. Só que mais tarde descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.


NÃO ENTENDO PATAVINAS

Os portugueses tinham enorme dificuldade em entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Daí que não entender patavina significa não entender nada.


TIRAR O CAVALO DA CHUVA

No século XIX, quando uma visita iria ser breve ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião. Se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse “Pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.


CASA DA MÃE JOANA

Na época do Brasil Império, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro cuja proprietária se chamava Joana. Como fora dali esses homens mandavam e desmandavam no país, a expressão casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.


A VER NAVIOS

Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal, desapareceu em uma batalha no Marrocos. Provavelmente morreu, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por isso, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca e era comum pessoas subirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o rei regressando à pátria. Como ele não regressou, o povo ficava a ver navios.


ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS

Existe uma história não comprovada de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu a expressão usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.


JURAR DE PÉS JUNTOS

A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.


MOTORISTA BARBEIRO

Antigamente, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também tiravam dentes e cortavam calos. Por não serem profissionais, seus serviços malfeitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV todo serviço malfeito era atribuído ao barbeiro pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal, contudo, a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.


DAR COM OS BURROS N’ÁGUA

A expressão surgiu no período do Brasil Colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.


QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO

Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.


ANDA À TOA

Toa é a corda com que uma embarcação reboca outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
 






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