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Reportagens Edição 74 - outubro de 2013

Manual do filho BIRRENTO - PARTE I


Seu filho está te desafiando e te deixa de cabelo em pé? Calma, isso pode ter solução. LINDA perguntou para alguns pais quais são as maiores dificuldades na hora de educar os pequenos e quais as dúvidas na hora de orientar. Confira o que dizem três psicólogas da Clas Psicologia. As respostas são dadas de forma genérica. Em casos  mais específicos é importante investigar a situação com ajuda profissional.




Pergunta: “Lá em casa, estamos enfrentando certa dificuldade com nossa filha, de 3 anos: birra na hora do almoço. Atira as coisas no chão, se nega a comer, grita muito e chora. Aí, de tanto chorar, cansa e dorme, mas não almoça. Se dizemos ‘filha, não mexa!’, ela nos olha e diz ‘eu vou mexer’ e dá uma risadinha. Como posso resolver esta situação?”
 
Pergunta: “Meu filho de 6 anos deu para gritar comigo e dizer que me odeia toda vez que é contrariado. Faz isso em todos os lugares e na frente de todos. Dá vontade de dar umas palmadas na bunda. Como devo reagir?”


Resposta: “Nesses dois casos, as crianças parecem testar seus limites. Por isso, é importante que os pais e educadores estabeleçam desde cedo regras e valores. Isso é essencial no desenvolvimento dos pequenos. As crianças sempre vão testar e, em alguns casos, sabem que podem ganhar algo em troca se gritar, se jogar no chão ou desafiar os pais. Alguns acabam cedendo ao pedido dos filhos, o que faz com que cada vez mais a criança passe a testar o limite deles.
No caso da alimentação, deve-se explicar da importância de comer e diversas técnicas podem ser utilizadas. Pode combinar, por exemplo, com a criança que se, ao longo da semana, ela se alimentar bem, quando for o domingo poderá trocar por outras atividades, como um passeio. É importante que aquilo que for combinado seja colocado em prática. A solução sempre é conversar e explicar que existem regras e limites e que, quando isso não for respeitado, existirá
consequências. Uma alternativa é colocar o filho sentado em um lugar onde o cuidador possa estar enxergando e explicar o porquê que ela vai ter que ficar ali pensando sobre o que fez de errado”.
Psicóloga Laura Morais Machado, 24, dois anos e nove meses de profissão

 

 

 







 

 

 

 

 

 

 

 

Pergunta: “Minha filha me pergunta por que pode ir brincar na casa de amiguinhas e não pode ir brincar na casa dos amiguinhos”

Resposta: “Primeiro, é importante entender porque ela só brinca com meninas. Pode ser porque são as crianças mais próximas que ela tem contato, também porque meninas têm mais afinidades com meninas. Estes fatos podem ser explicados para a criança de forma simples e clara, mas, quando é uma condição imposta pelos pais, é necessário que estes reavaliem seus conceitos, porque lidar com as diferenças faz parte do desenvolvimento. Aprender a diferenciar e respeitar o sexo oposto é um grande avanço, e isso só é possível quando eles passam a conviver juntos, se respeitando”.
Psicóloga Michela Vasconcelos, 33 anos, sendo nove de profissão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pergunta: “Temos dificuldades com nossos filhos de 11 e 6 anos para acomodarem-se à noite. Se não deitarmos junto com eles, não dormem. O menino de 11 nunca tem sono à noite, mas pela manhã temos dificuldade em acordá-lo”

Resposta: “Modificar hábitos em crianças requer bastante força de vontade, principalmente se tratando de crianças maiores, em que os hábitos já estão bastante reforçados. É fundamental definir limites e as rotinas ao deitar, como vestir o pijama, escovar os dentes e manter luz fraca no quarto. As rotinas variam muito a cada família, mas é necessário que ocorram. Após os rituais, dar boa noite e sair de forma acolhedora e firme, lembrando que não é tarefa fácil, demanda bastante tempo para que as novas regras tornem-se hábitos. Na faixa etária de 11 anos, eles começam a querer deitar-se mais tarde. As tecnologias, de uma forma geral, são o maior inimigo. Mas é preciso rever o ritmo de toda a família, estipular horários mais adequados para a hora de dormir e para acordar. Novamente, a importância de ser firme para impor os limites é essencial”.
Michela Vasconcelos

 

 

 

Pergunta: “Minha menina está com 5 anos e ainda não dorme no quarto dela. Toda noite chora e pede para dormir comigo e meu marido. Já tentamos de tudo, inclusive ficar no quarto dela até que ela durma, mas é só acordar para ir correndo para nossa cama. Tem como acabar com essa mania?”

Resposta: “Se até essa idade ela ainda necessita dormir no quarto dos pais, é interessante uma investigação psicológica para descobrir os motivos que estão desencadeando isso. Às vezes, há problemas na própria família que passam despercebidos. No entanto, é importante lembrar que a dificuldade em dormir sozinho é apenas um sintoma de outros problemas que estão acontecendo com a criança. O medo, a insegurança, a ansiedade de separação e o medo de perder os pais, por exemplo, são dificuldades que levam o pequeno a não querer dormir sozinho.
Durante essa fase, pode-se criar no quarto um ambiente no qual a criança se sinta bem, com objetos e itens que a agradem e sejam de seu interesse, desde bonecos até pinturas na parede. Abajures são muito bem-vindos, já que farão com que ela não tenha que dormir no escuro. Durante o dia, vale realizar atividades divertidas no quarto para que ela se acostume com o lugar e o associe a coisas prazerosas.
Todo esse processo de transição tem de ocorrer de forma gradativa. É comum que o baixinho venha a chorar e, ocasionalmente, até berrar nos primeiros dias, mas não se deve retroceder no processo: recomenda-se que os pais entrem no quarto, o acalmem e voltem a colocá-lo na cama, sempre com tranquilidade, por mais difícil que seja”.
Psicóloga Marianne Guimarães, 25 anos, sendo dois de profissão


 






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