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Reportagens Edição 63 - outubro de 2012

Em desvio de função


É cada vez maior o número de profissionais que atuam em áreas diferentes daquela para a qual se formaram

Não é raro encontrarmos profissionais formados em uma área e exercendo funções totalmente diferentes daquela para a qual estudaram por anos a fio até obter o diploma. É advogado trabalhando no comércio, biólogos em escritórios, psicólogos em salões de beleza – a lista é grande. Mas por que mudar a rota profissional depois de estar com o canudo na mão?

Para a psicóloga e especialista em gestão de pessoas Cecília Chaves, 42 anos, sendo 10 de profissão, não é uma questão de não ter escolhido a profissão certa. “Não se identificar com a prática da formação no dia a dia, a necessidade de buscar uma remuneração maior em menos tempo e a falta de oportunidade na área escolhida são fatores que influenciam no desvio de formação”, diz.

Segundo Cecília, para diminuir as chances de acabar exercendo outra atividade é preciso saber por que se está escolhendo essa formação, pois esta resposta, ou esta certeza, é o que fará diferença no sucesso profissional. “Se souber escolher a profissão, dentro do perfil e se interar dela, terá muito mais chance de ingressar, se manter e crescer em sua área desejada”, ressalta.

VIDA REAL – Sabe-se que na busca para ingressar no mercado de trabalho e obter a independência financeira, os jovens acabam se qualificando em áreas distantes das desejadas. Isso ocorre muitas vezes por não ter o curso disponível no município onde reside e ser inviável sair de casa para estudar o que deseja. Outro fator é a pouca idade e experiência de vida na hora de fazer a escolha da futura profissão. A jovem Sheila Peixoto, 26, optou pelo curso de Biomedicina ainda aos 17 anos. Ao terminar a faculdade, ela percorreu todos os laboratórios da cidade, inclusive os da região, mas não conseguiu uma colocação no mercado ainda restrito da sua profissão. “Resultado: precisei buscar novos caminhos. Hoje faço parte do quadro dos servidores do município como educadora-cuidadora”, conta. “Acabei descobrindo um talento na arte de ensinar e é muito gratificante ver o sorriso de uma criança e saber que ela confia no que faço”, completa Sheila, que ainda pretende continuar fazendo concursos na área de biomedicina.

 
Sheila: formada em Biomedicina a jovem hoje atua como educadora-cuidadora




Eles também se graduaram em um curso e atuam em outra área




Lailton de Franceschi,
35 anos, graduado em Educação Física

“Na busca por estabilidade, preferi atuar no ramo de farmácias, onde há 13 anos me encontrei. Me formei em Educação Física em 2009, por ser um curso mais acessível financeiramente e que sempre gostei, desde os tempos de escola. Se tivesse menos idade, cursaria Farmácia, mas como não temos ainda este curso oferecido em nosso município, não dá para conciliar. Atualmente gerencio a Agafarma e leciono na Exatus dando aula de farmácia, gosto muito dessas atividades, mas pretendo um dia abrir uma academia para então atuar na minha área de formação”.










Bruna Pereira Santos,
26 anos, graduada em Direito

“Fazer Direito para mim foi uma grande realização pessoal, sempre gostei muito de ler e escrever, sempre fui muito comunicativa e persuasiva em minhas colocações, principalmente em relações humanas. Hoje dedico a maior parte do tempo sendo docente na instituição de educação profissional Senac, onde me despertou uma nova paixão, a de ser professora, herdada da minha mãe. Sinto-me muito orgulhosa de ser portadora de um instrumento de humanização”.









Marcelo Oliveira Scherer,
28 anos, graduado em Educação Física.

“Quando escolhi cursar Educação Física era apenas para uma escolha de curso para iniciar as disciplinas da faculdade, mas acabei gostando e me formei em 2008. Não exerço a profissão devido ao baixo salário oferecido para a área do ensino escolar (área que gostaria de atuar). Hoje sou vendedor na Retificadora Fogliatto e me mantenho sempre motivado, independente de estar trabalhando no que me formei ou não. Se pudesse voltar no tempo teria escolhido cursar Administração, pois é a área com que lido atualmente”.










Sabrina Fardin,
32 anos, graduada em Psicologia

“O curso de Psicologia sempre foi um sonho desde o tempo da escola, onde a disciplina já era um destaque. Me formei em 2010 e não trocaria o curso, apesar da demanda escassa, sempre tive um grande amor pela Psicologia. Atualmente trabalho como maquiadora e me sinto muito realizada, pois a psicologia trabalha diretamente com a autoestima da cliente, assim consigo juntar as duas coisas que mais amo fazer”.





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