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Reportagens Edição 61 - agosto de 2012

Nasci de novo


As histórias de pessoas que viram a morte de perto e tiveram uma nova chance de vida

A vida segue seu curso normal até que, de repente, algum acontecimento muda tudo. Pode ser o diagnóstico de uma doença grave ou um acidente para colocar alguém frente a frente com a morte. Para quem tem a sorte de sair vitorioso, a forma de viver e pensar muda completamente e muitas lições são tiradas dessas histórias de luta e superação. LINDA convidou três cachoeirenses a contarem como foi encarar a verdadeira possibilidade de morrer.





Otimismo em primeiro lugar

Era dia 8 de novembro de 2010, uma segunda-feira normal de trabalho, quando de repente minha vida mudou para sempre. Trabalhava como auxiliar em uma empresa  de transportes e o caminhão onde eu estava colidiu contra uma carreta na RSC 287. Estava na carona e na hora fiquei em choque, preso entre as ferragens e esperando o resgate. A minha sorte foi que o acidente ocorreu bem próximo da praça de pedágio de Venâncio Aires e o socorro foi rápido, se fosse em outro local poderia ter morrido...
Dionatas Siqueira Michels, 23



“O importante em qualquer situação, por mais difícil que seja, é manter a esperança de que tudo vai ficar bem”.






















Uma lição de vida


Estava com 20 anos de idade, cheia de planos e sonhos para o futuro quando fui diagnosticada com o linfoma de Hodgking, que é uma forma de câncer que se origina nos gânglios do sistema linfático. O tratamento foi difícil, durou mais de um ano. Por sorte, os sintomas causados pela doença já desapareceram com a primeira sessão de quimioterapia. Entretanto, os efeitos colaterais, que não são nada fáceis, me acompanharam durante todo o tratamento.
Quando se descobre a doença e a real possibilidade de morrer, na hora você se pergunta: por que comigo? Uma revolta toma conta e junto dela vem o medo, afinal o tratamento é muito agressivo. Mesmo assim, em nenhum momento pensei em desistir e também nunca pensei no pior. Minha mãe ficou muito abalada e vendo ela daquele jeito fiquei com ainda mais força para lutar.
Para mim foi uma lição e tanto passar por tudo isso. Foi tipo um acorda pra vida. Hoje eu faço as coisas que realmente tenho vontade, aproveito bastante cada momento e não me preocupo com o que os outros vão pensar. No final tudo se explica. Percebi que a gente tem que passar por certas coisas para aprender a viver de um jeito melhor.
Milene da Silva Karsburg, 26, dentista


“Tudo na vida tem um porquê”.













Força e persistência

Em 2006, após sentir algumas dores e fazer muitos exames, descobri que estava com um tumor chamado sarcoma de Ewing no fêmur esquerdo. Tinha apenas 19 anos e o baque da notícia foi grande. Tive que fazer 14 ciclos de quimioterapia, que duraram um ano. Nesse período também passei por uma cirurgia de retirada do tumor. O final do tratamento foi a pior fase, pois o corpo e a mente já estavam muito cansados e os efeitos colaterais são pesados. Na última sessão da quimio já me sentia curado, feliz por estar vivendo o último dia desse tratamento.
Sem dúvida tive força pra seguir em frente graças aos meus familiares, amigos e algo que sempre esteve comigo, a música, que me fazia pensar apenas no futuro e esquecer aquele momento difícil. Conheci muitas pessoas que estavam em situações bem piores que a minha, outras nem tanto, mas sempre procurei ver o melhor de cada uma para ter força e seguir o meu caminho. Infelizmente, grande parte destes colegas não teve a mesma sorte que eu de terminar o seu ciclo e comemorar cinco anos de vida após o tratamento.
Sou muito feliz e agradecido por tudo o que vivi até hoje e por ter tanta gente querendo o meu bem.
Claro que aprendi muitas coisas com tudo o que passei, como ter persistência, valorizar quem está ao meu lado e me quer bem. O bom de viver uma experiência como essa é saber que meus problemas podem ser tão insignificantes perto de outros. Hoje sei que minha saúde é o bem mais importante que eu tenho. Passei a ver a vida como algo bem maior do que eu imaginava. Estamos aqui apenas para ser felizes e isso muitas vezes pode ser bem mais simples do que pensamos.
Cassiano Moraes de Mello, 25, músico, DJ e arte-finalista


“Ainda tenho muito o que aprender com a vida”.











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